O Baptismo na Água (X)

Os doze discípulos de João terão sido baptizados uma segunda vez?
A narrativa da discussão que Paulo teve com os doze discípulos de João, em Actos 19.1-7, tem sido muitas vezes usada, especialmente pelos imersionistas, para se enfatizar a importância do baptismo na água do chamado "baptismo Cristão".
Temos aqui a última menção do baptismo na água no Livro dos Actos e nela, dizem eles, vemos estes discípulos terem de ser novamente baptizados porque não tinham sido baptizados com o "baptismo Cristão": o baptismo da "Grande Comissão" e/ou de Pentecostes.
Baptizados de novo? O leitor já estudou cuidadosamente esta passagem — e reflectiu sobre ela? De facto, nenhum argumento a favor do chamado "baptismo Cristão" poderia ser mais fraco que o acima enunciado. Provaremos a seguir que estes discípulos não foram de forma alguma rebaptizados.
"E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,
"Disse-lhes: recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
"Perguntou-lhes então: em que sois baptizados então? E eles disseram: no baptismo de João.
"Mas Paulo disse: certamente João baptizou com o baptismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
"E os que ouviram foram baptizados em nome do Senhor Jesus.
"E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam.
"E estes eram ao todo, uns doze varões." (Actos 19.1-7).
Os versículos 4 e 5 têm sido tão mal lidos que é quase impossível para alguns lê-los correctamente. Até os comentários em geral foram afectados pela repetição contínua do ponto de vista baptista desta passagem mesmo apesar de ela apresentar dificuldades insuperáveis.
A incompreensão e deturpação desta passagem emana da noção errada de que o versículo 5 regista o rebaptismo destes discípulos, quando na realidade é a continuação da explicação de Paulo no versículo 4. No versículo 5, Paulo recorda a resposta dos ouvintes de João à mensagem por ele (João) pregada.
Entre os muitos argumentos que demonstram e provam o que afirmamos realçamos os seguintes:
1. Não havia qualquer diferença básica entre o baptismo de João e o de Pedro em Pentecostes. Eram ambos baptismos do "arrependimento" e eram ambos "para a remissão de pecados" (Mar. 1.4; Act. 2.38). Havia, contudo, uma diferença no resultado, pois em Pentecostes os baptizados recebiam "o dom do Espírito Santo" em adição à remissão dos pecados. Isto explica a razão destes discípulos não terem recebido o dom, e a razão de eles agora falarem línguas e profetizarem, com a imposição de mãos da parte de Paulo.
2. A principal questão de Paulo não dizia respeito ao baptismo na água, mas ao dom do Espírito Santo. Estes discípulos não tinham recebido este dom porque tinham sido baptizados antes da vinda do Espírito. Por essa razão Paulo impôs-lhes as mãos, comunicando-lhes o Espírito.
3. Porque é que só estes poucos discípulos haviam de ser rebaptizados? Porque não os doze apóstolos, Apolo e todos os que foram baptizados antes de Pentecostes?
4. Como é que o rebaptismo de apenas estes poucos pode provar a importância do "baptismo Cristão" sobre o baptismo de João? A falta de evidência de que todos os outros foram rebaptizados não provará antes o contrário?
5. Porque é que o registo de Lucas havia de ser interrompido para registar o rebaptismo destes doze homens sem a explicação de porque é que somente estes tinham que ser rebaptizados?
6. O registo não diz que estes homens foram baptizados outra vez.
7. Se a interpretação popular do versículo 5 estivesse correcta o que estaria escrito seria: "Quando ouviram isto, Paulo baptizou-os ..." ou "eles foram baptizados outra vez". Como está, o versículo 5 regista a resposta dos ouvintes de João à sua mensagem (Ver. 4). Só no versículo 6 é que Paulo entra em cena ("E, impondo-lhes Paulo as mãos ..." etc.) impondo-lhes as mãos para eles poderem receber o Espírito Santo.
8. Em Actos 8.12-17 houve crentes que foram baptizados com o chamado "baptismo Cristão" e ainda assim, por uma outra razão, não receberam o dom do Espírito Santo. Esses, como os discípulos aqui em discussão, receberam o Espírito pela imposição de mãos.
9. Se este "último registo" do baptismo na água em Actos prova a importância do "baptismo Cristão", não prova igualmente que as línguas e a profecia andam juntas com o "baptismo Cristão"? Quando estes discípulos foram "rebaptizados", o Espírito Santo veio sobre eles e eles "falavam línguas e profetizavam" (Ver. 6).
Em súmula, a leitura dos versículos 4 e 5 entende-se assim:
"Mas Paulo disse: Certamente João baptizou com o baptismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
"E os que ouviram (João) foram baptizados em nome do Senhor Jesus".
O chamado "baptismo Cristão" é exactamente o mesmo que o baptismo de João. Nunca lemos que o baptismo fosse diferente. O baptismo dos Actos não era mais Cristão que o de João. Em Pentecostes as pessoas recebiam o Espírito Santo, não por o baptismo ser diferente, mas porque Cristo tinha morrido e ascendido.
Temos aqui a última menção do baptismo na água no Livro dos Actos e nela, dizem eles, vemos estes discípulos terem de ser novamente baptizados porque não tinham sido baptizados com o "baptismo Cristão": o baptismo da "Grande Comissão" e/ou de Pentecostes.
Baptizados de novo? O leitor já estudou cuidadosamente esta passagem — e reflectiu sobre ela? De facto, nenhum argumento a favor do chamado "baptismo Cristão" poderia ser mais fraco que o acima enunciado. Provaremos a seguir que estes discípulos não foram de forma alguma rebaptizados.
"E sucedeu que, enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, tendo passado por todas as regiões superiores, chegou a Éfeso; e achando ali alguns discípulos,
"Disse-lhes: recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhe: nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo.
"Perguntou-lhes então: em que sois baptizados então? E eles disseram: no baptismo de João.
"Mas Paulo disse: certamente João baptizou com o baptismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
"E os que ouviram foram baptizados em nome do Senhor Jesus.
"E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e falavam línguas e profetizavam.
"E estes eram ao todo, uns doze varões." (Actos 19.1-7).
Os versículos 4 e 5 têm sido tão mal lidos que é quase impossível para alguns lê-los correctamente. Até os comentários em geral foram afectados pela repetição contínua do ponto de vista baptista desta passagem mesmo apesar de ela apresentar dificuldades insuperáveis.
A incompreensão e deturpação desta passagem emana da noção errada de que o versículo 5 regista o rebaptismo destes discípulos, quando na realidade é a continuação da explicação de Paulo no versículo 4. No versículo 5, Paulo recorda a resposta dos ouvintes de João à mensagem por ele (João) pregada.
Entre os muitos argumentos que demonstram e provam o que afirmamos realçamos os seguintes:
1. Não havia qualquer diferença básica entre o baptismo de João e o de Pedro em Pentecostes. Eram ambos baptismos do "arrependimento" e eram ambos "para a remissão de pecados" (Mar. 1.4; Act. 2.38). Havia, contudo, uma diferença no resultado, pois em Pentecostes os baptizados recebiam "o dom do Espírito Santo" em adição à remissão dos pecados. Isto explica a razão destes discípulos não terem recebido o dom, e a razão de eles agora falarem línguas e profetizarem, com a imposição de mãos da parte de Paulo.
2. A principal questão de Paulo não dizia respeito ao baptismo na água, mas ao dom do Espírito Santo. Estes discípulos não tinham recebido este dom porque tinham sido baptizados antes da vinda do Espírito. Por essa razão Paulo impôs-lhes as mãos, comunicando-lhes o Espírito.
3. Porque é que só estes poucos discípulos haviam de ser rebaptizados? Porque não os doze apóstolos, Apolo e todos os que foram baptizados antes de Pentecostes?
4. Como é que o rebaptismo de apenas estes poucos pode provar a importância do "baptismo Cristão" sobre o baptismo de João? A falta de evidência de que todos os outros foram rebaptizados não provará antes o contrário?
5. Porque é que o registo de Lucas havia de ser interrompido para registar o rebaptismo destes doze homens sem a explicação de porque é que somente estes tinham que ser rebaptizados?
6. O registo não diz que estes homens foram baptizados outra vez.
7. Se a interpretação popular do versículo 5 estivesse correcta o que estaria escrito seria: "Quando ouviram isto, Paulo baptizou-os ..." ou "eles foram baptizados outra vez". Como está, o versículo 5 regista a resposta dos ouvintes de João à sua mensagem (Ver. 4). Só no versículo 6 é que Paulo entra em cena ("E, impondo-lhes Paulo as mãos ..." etc.) impondo-lhes as mãos para eles poderem receber o Espírito Santo.
8. Em Actos 8.12-17 houve crentes que foram baptizados com o chamado "baptismo Cristão" e ainda assim, por uma outra razão, não receberam o dom do Espírito Santo. Esses, como os discípulos aqui em discussão, receberam o Espírito pela imposição de mãos.
9. Se este "último registo" do baptismo na água em Actos prova a importância do "baptismo Cristão", não prova igualmente que as línguas e a profecia andam juntas com o "baptismo Cristão"? Quando estes discípulos foram "rebaptizados", o Espírito Santo veio sobre eles e eles "falavam línguas e profetizavam" (Ver. 6).
Em súmula, a leitura dos versículos 4 e 5 entende-se assim:
"Mas Paulo disse: Certamente João baptizou com o baptismo do arrependimento, dizendo ao povo que cresse no que após ele havia de vir, isto é, em Jesus Cristo.
"E os que ouviram (João) foram baptizados em nome do Senhor Jesus".
O chamado "baptismo Cristão" é exactamente o mesmo que o baptismo de João. Nunca lemos que o baptismo fosse diferente. O baptismo dos Actos não era mais Cristão que o de João. Em Pentecostes as pessoas recebiam o Espírito Santo, não por o baptismo ser diferente, mas porque Cristo tinha morrido e ascendido.
(Continua)
Carlos Oliveira
Carlos Oliveira
O Baptismo na Água (I)
O Baptismo na Água (II)
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