A correção e disciplina dos filhos como a Bíblia ensina (10)

Educar bem as crianças é educá-las biblicamente

     

Como o Açoitar Crianças as Livra do Inferno

     Há uma afirmação muito estranha em Provérbios 23:13-14. “Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Inferno”.

     ‘Se bater no seu filho com uma vara, ele não morrerá’, diz a Escritura. E a Escritura não significa apenas que açoitar não mata uma criança, não a prejudica; também significa que açoitar provavelmente salvará a sua vida. A criança que é disciplinada adequadamente tem muito mais probabilidade de viver uma vida longa e útil. É improvável que ela morra de violência, pois viverá uma vida íntegra e piedosa e não se fará acompanhar de brigões. Não é provável que morra de punição pelos seus crimes às mãos do Estado. Ela não tem tanta probabilidade de morrer de doenças provocadas pelo pecado. Assim, as Escrituras encorajam os pais com estas palavras: “Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Inferno”.

     A palavra Inferno aqui é a palavra Hebraica Sheol, que geralmente significa o lugar dos espíritos que partiram, mas o seu uso no Antigo Testamento tende continuamente a considerar Sheol como o local de tormento dos não convertidos. No Novo Testamento a palavra equivalente Grega a Sheol, é a palavra Hades. Quando o Senhor Jesus Cristo falou sobre o homem rico que morreu e “foi sepultado e no Inferno ergueu os olhos, estando em tormentos”, Ele usou a palavra Hades. Portanto, embora as Escrituras digam que uns bons açoites no tempo apropriado impedirão que um menino tenha uma morte prematura, as Escrituras também querem dizer o que a versão em Português diz, a saber: “Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Inferno”.

     Uma das coisas mais tristes que aprendi ao pregar nas missões citadinas, nas prisões e nos serviços de rua em toda a América foi muitas vezes ouvir um criminoso atrás das grades ou um pobre bêbado na rua dizer-me: “Certo, certo, eu sei tudo a esse respeito. Eu li as Escrituras muitas vezes. O meu pai era um pregador metodista”, ou, “o meu pai era um diácono batista”. Muitos homens tornaram-se criminosos, sendo muitos deles pecadores ultrajantes, injuriosos, afrontantes, que cresceram em lares de Cristãos devotos. Que não haja a menor dúvida de que não basta um pai e uma mãe serem bons Cristãos em casa, pois  serem bons exemplos por si só não garante que os filhos se tornem morais, retos e piedosos. Mesmo a leitura da Bíblia e a oração em casa não são suficientes para garantir que os filhos se tornem bons Cristãos. Também tem que haver disciplina, a repreensão do pecado e o respetivo castigo. Os pais devem criar os seus filhos “na doutrina e admoestação do Senhor”, isto é, na disciplina e ensino do Senhor.

     O Dr. Bob Jones, Sr., disse a uma mãe que lhe rogou que ele orasse pelo seu filho: “As minhas orações não substituirão os seus açoites”. As crianças que não são ensinadas a respeitar a autoridade em casa não respeitarão a autoridade no exterior. Os filhos que se rebelam contra pais e mães, e se dão bem com isso, rebelam-se contra Deus. A criança que não aprende a dar ouvidos a seus pais, nunca pode dar ouvidos à chamada do Espírito de Deus para se converter.

     O castigo, feito em espírito de oração e com justiça, ainda que temperado com misericórdia, o castigo feito no nome de Jesus, produz duas coisas com caráter de permanência numa criança.

     Primeiro, a criança aprende que o pecado não compensa. Ela passa a perceber o facto tantas vezes expresso na Bíblia, apresentado dos seguintes modos: “sentireis o vosso pecado, quando vos achar” (Núm. 32:23); “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gál. 6:7); “o salário do pecado é a morte” (Rom. 6:23). Qualquer criança educada corretamente, punida pelos seus pecados e recompensada pela sua obediência, compreendendo que a autoridade divina foi estendida e confiada às mãos do seu pai e mãe, qualquer criança assim educada, digo, terá uma contínua percepção subconsciente de que o pecado certamente virá a juízo. E essa convicção é o ambiente para todo o verdadeiro arrependimento. Tal criança é o tipo mais frutuoso da ação do Evangelho.

     Segundo, a criança devidamente punida pelos pecados desenvolve uma consciência que é ferida e entristecida quando faz algo errado. A criança educada corretamente, não apenas sente instintivamente que o pecado deve ser julgado, como também toma o lado certo na sua própria consciência e se responsabiliza pelos seus pecados. A criança que é compelida a fazer o que está certo e é punida pelo pecado, juntamente com o ensino e o exemplo corretos, desejará fazer o que está certo.

     Estas crianças que passaram a reconhecer a importância do certo e do errado, que passaram a ter uma consciência permanentemente viva, sensível, a lidar com elas em todas as suas ações, estão predispostas a ouvir o Evangelho. É fácil conduzi-las a um sentimento de convicção pelos seus pecados e a um sentimento de necessidade de Deus e ao desejo de serem salvas. As pessoas, no mundo, mais fáceis de se converter a Cristo são aquelas que já têm uma consciência profunda da questão do certo e do errado, aquelas que têm reverência para com Deus, que têm um sentido de responsabilidade para com Ele e medo dos resultados do pecado.

     Numa cidade onde servi o Senhor, vivia um homem e uma esposa não salvos, com uma grande família em filhos. O homem não frequentava a igreja e eu não consegui conquistá-lo para Cristo, mas aconteceu que ele era especialmente rigoroso na educação dos seus filhos. Ele nunca os deixava sair em má companhia. Eles tinham que estar em casa num determinado horário todas as noites. Até o rapaz de vinte anos era considerado estritamente responsável, só podendo fazer-se acompanhar de amigos constantes numa lista aprovada, devendo estar na sua própria casa num horário definido todas as noites. E o pai açoitava arduamente os seus filhos quando necessário para impor a sua disciplina rigorosa. Eles amavam o pai, é claro; mas eles também o temiam de forma reverente.

     Tive o privilégio de conversar com esses jovens na casa do pai não salvo, e um por um eu levei-os a confiar em Cristo como seu Salvador. Eu nunca encontrei pessoas com corações mais ternos. Nunca achei pecadores perdidos mais rápidos em reconhecer os seus pecados e, com lágrimas de penitência, recorrer a Cristo por misericórdia e salvação! O exemplo do pai deles não fora bom em servir a Deus, mas sua educação rigorosa fê-los sujeitar-se facilmente ao Evangelho. A semente caiu em bom solo, solo que estava devidamente arado, quando caiu nos seus corações.

     As crianças educadas corretamente podem ser facilmente conquistadas para Cristo. Mas as crianças criadas em rebelião, criadas a seu próprio modo, criadas sem jamais pensar na punição dos seus pecados, são frequentemente insensíveis e rebeldes e sem nenhum respeito por Deus e a Sua Palavra. Estas não têm vergonha dos seus pecados, não têm medo de Deus nem do juízo.

     A Bíblia é verdadeira, então, quando diz, “Não retires a disciplina da criança, porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Inferno”, como foi inspirado por Deus a escrever em Provérbios 23:13-14 o homem mais sábio que alguma vez viveu. Qualquer pai e mãe que façam o que devem fazer relativamente à disciplina descobrirão ser fácil fazer o que devem fazer para ganhar os seus filhos para Cristo. Uns bons açoites dados atempadamente, juntamente com uma educação correta, facilitam a conquista de pessoas para Cristo e, assim, impedir as suas almas de cair no Inferno.

- John Rice
The Home (O Lar)
(Continua)

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