A fuga de cérebros (2)
Por James T. Naismith
James T. Naismith, de Scarborough, Ontário, Canadá, é um médico aposentado que dedica o seu tempo integral no ensino da Bíblia e no ministério de conferências no Canadá e nos EUA.
Falta de atração
Um motivo frequentemente citado para os jovens saírem das assembleias é que “não há nada que os atraia” ali, enquanto que outros grupos fazem muito mais esforço para os atrair e prender. Infelizmente, essa crítica é frequentemente justificada. Não nos basta sentar e dizer (ou pensar) “Temos a verdade; se eles não querem, que vão para outro lugar.” Certamente que a nossa responsabilidade não é apenas manter e transmitir a verdade; também somos responsáveis por manter, pela atratividade da nossa comunhão, os que podem ser facilmente atraídos para longe de nós. Isso não significa que devamos competir com o mundo - ou com outros grupos Cristãos - na oferta de atrativos materiais e recreativos - embora as atividades recreativas em grupo ofereçam excelentes oportunidades para comunhão e testemunho. Porém, em muitas assembleias, muito mais poderia ser feito, a nível espiritual, para atrair e manter os jovens interessados nas coisas do Senhor. As nossas reuniões muitas vezes tendem a ser monótonas e sem vida, repetitivas e não variadas. As reuniões de oração, por exemplo, perdem o interesse quando, semana após semana, os mesmos dois ou três irmãos cobrem quase todos os tópicos possíveis em cada uma das suas orações estereotipadas. Ao sugerir uma variedade de assuntos de oração, cada pessoa ora abreviada e especificamente sobre um ou dois assuntos e, talvez, dividindo-se ocasionalmente em grupos de oração, a reunião de oração poderá ser animada e tornada mais eficaz e interessante. Os estudos bíblicos, da mesma forma, devem ser variados em estilo, tema e liderança para fornecer mais incentivo para que outros participem e sejam beneficiados. E assim pode ser com todas as reuniões da igreja. Reuniões de "comunhão" adicionais informais também podem ajudar a unir o povo do Senhor. Se for objetado “nós não requeríamos tais 'seduções' antigamente", lembremo-nos que os tempos mudam e, com eles, as circunstâncias, necessidades e desejos do povo do Senhor. Embora as verdades e os princípios das Escrituras sejam intemporais, podem e devem ser aplicados de várias maneiras às necessidades de cada momento e circunstância.
Ademais, é importante lembrar a atração da atividade. Os nossos jovens e, de facto, todos nós desenvolveremos laços mais fortes com as assembleias se formos encorajados a desenvolver os dons que Deus nos deu e os usarmos em comunhão com a igreja local para o benefício de todos. Deve ser atribuído um serviço específico, adequado a cada um, com ênfase no valor desse serviço, por mais humilde que pareça. Uma palavra de encorajamento dada a um jovem crente quando este se envolve neste serviço ou participa nas reuniões da assembleia, ajudará cada um a reconhecer a sua responsabilidade e facultará estímulo adicional. Quanto há para fazer! Quanto mais poderia ser feito se cada um fosse incentivado a servir ao Senhor numa esfera adequada ao dom que Ele deu. Que responsabilidade repousa sobre os pais na assembleia em dirigir e encorajar o exercício e atividade dos bebés e jovens em Cristo!
(Continua)
A fuga de cérebros (1)
A fuga de cérebros (2)
A fuga de cérebros (3)