feed-image RSS News

Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXII – Atos 18:1-22 (3)

Acts dispensationally considered

 

DOS JUDEUS PARA OS GENTIOS NOVAMENTE

“E todos os sábados disputava na sinagoga, e convencia a Judeus e gregos.

“E, quando Silas e Timóteo desceram da Macedônia, foi Paulo impulsionado pela palavra, testificando aos Judeus que Jesus era o Cristo.

“Mas resistindo e blasfemando eles, sacudiu os vestidos, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora parto para os gentios.

“ E, saindo dali entrou em casa de um homem chamado Tito Justo, que servia a Deus, e cuja casa estava junto da sinagoga.

“E Crispo, principal da sinagoga, creu no Senhor com toda a sua casa; e muitos dos coríntios, ouvindo-o creram e foram batizados.

“E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales;

“Porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade.

“E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus.

- Atos 18:4-11. 

 

DISPUTANDO NA SINAGOGA

Como Paulo trabalhava durante a semana na oficina de Áquila e Priscila, ele usava os sábados para tirar partido dos cultos na sinagoga, onde "disputava ... e convencia a Judeus e Gregos".

Talvez tenha sido durante esses dias iniciais em Corinto que, observando o caráter da cidade, ele "nada [se propôs] saber entre [eles], senão a Jesus Cristo, e Este crucificado" (I Cor. 2:2). Não que isso não fizesse parte da sua mensagem especial, pois, como vimos, a "pregação da cruz" de Paulo era muito diferente da que Pedro havia pregado em Pentecostes quando acusou os seus ouvintes da crucificação de Cristo e os chamou a "[arrepender-se], e cada um [deles a ser] batizado … para perdão dos pecados" (Atos 2:38). "A pregação da cruz" era o próprio coração do grande "mistério" revelado a Paulo, só que ele não podia, por causa da condição deles, explicar-lhes o mistério ou mostrar-lhes as suas glórias transcendentes (1 Cor. 2:1,6,7). Aqui ele deve pregar apenas "Jesus Cristo, e Este crucificado", como o poder de Deus para salvar e o apelo a uma vida santa.

 

 

Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXII – Atos 18:1-22 (2)

Acts dispensationally considered

 

ÁQUILA E PRISCILA

     Ainda sozinho na sua chegada a Corinto, o apóstolo precisava de alojamento e de emprego remunerado. Ele não tinha uma junta ou comissão financeira a que pudesse solicitar fundos. A igreja em Antioquia não havia subscrito as suas despesas. Os crentes deixados para trás em Filipos haviam enviado ofertas "uma e outra vez" para aliviar a sua "necessidade", mas enquanto ele continuava a viajar eles não tinham “tido oportunidade", sendo cada vez mais difícil localizá-lo (Fp 4:10,15,16).

Ler mais: Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXII – Atos 18:1-22 (2)

Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXI – Atos 17:16-34 (8)

Acts dispensationally considered

 

O DISCURSO DE PAULO INTERROMPIDO

    Ao mencionar a ressurreição, o discurso de Paulo foi interrompido. Alguns começaram a zombar, enquanto outros, mais educadamente, disseram: "Acerca disso te ouviremos outra vez" (Ver. 32). Isto implica novamente que Paulo não estava a defender-se num julgamento formal e indica ainda que os seus ouvintes evidentemente concluíram que não havia motivo suficiente para realizar tal julgamento. Satisfeitos com as suas próprias crenças pagãs, nem sequer se importaram em ouvi-lo mais.

     "E assim Paulo saiu do meio deles". Os seus esforços não foram totalmente em vão, pois houve "alguns" que creram; entre eles uma mulher (provavelmente de alguma proeminência) chamada Dâmaris, e um dos próprios Areopagitas, chamado Dionísio. Como um todo, no entanto, os Atenienses haviam provado que eles não eram realmente os grandes dos seus dias. Eles gloriavam-se, mas na sua vergonha. Os humildes Bereanos estavam cabeça e ombros acima deles.

     Quanto tempo Paulo ficou em Atenas depois disso não se sabe, mas foi provavelmente depois disso que Timóteo chegou com notícias de Tessalónica e foi mandado de volta para os encorajar e consolidar.

 

PAULO FALHOU EM ATENAS?

    Certos teólogos têm criticado Paulo por ele não apresentar o caminho da salvação no seu discurso no Areópago. Deve ser lembrado, no entanto, que ele foi levado para o Areópago porque ele estava a pregar "Jesus e a ressurreição"[1] (Ver. 18) e é impensável que ele não proclamasse a salvação por meio de Cristo se lhe tivesse sido permitido terminar a sua mensagem.

     O seu discurso diante dos filósofos em Atenas era de facto uma obra-prima de sabedoria e de poder espiritual que Deus lhe dera. A dignidade e sinceridade do seu modo, o seu hábil uso das circunstâncias locais, a sua rara combinação de prudência e ousadia, o modo poderoso com que ele enfrentou a filosofia humana com a revelação divina, a forma diplomática e assertiva como expôs os seus ouvintes como ignorantes idólatras, penetrando as suas consciências, advertindo-os do juízo e chamando-os a arrependerem-se e a voltarem-se para Deus; a maneira esplêndida como ele apelou para o testemunho da criação[2] citando os seus próprios poetas, reconhecidos como qualquer das verdades que ele proclamava, e até usando a inscrição do seu altar como texto, respondendo ao ateísmo, ao politeísmo, ao panteísmo, ao agnosticismo, ao materialismo e ao fatalismo, tudo no decorrer de uns escassos momentos de tempo - tudo isto assinala o seu discurso interrompido no Areópago, "um discurso tal, com um tal orador e uma tal audiência, que marcou aquele lugar".

________________________________________ 

[1] A revelação de Paulo quanto à morte e ressurreição de Cristo ia muito além do que Pedro havia pregado em Pentecostes (Veja Romanos 4:25).

[2] Em vez de apelar para o testemunho do Velho Testamento, como ele fazia entre os Judeus.

 

 

Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXII – Atos 18:1-22

Acts dispensationally considered

 

O MINISTÉRIO DE PAULO EM CORINTO

 

ESTABELECIMENTO

     “Depois disto, partiu Paulo de Atenas e chegou a Corinto.

     “E, achando um certo judeu por nome Áquila, natural do Ponto, que havia pouco tinha vindo da Itália, e Priscila, sua mulher (pois Cláudio tinha mandado que todos os judeus saíssem de Roma), se ajuntou com eles,

Ler mais: Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXII – Atos 18:1-22

Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXI – Atos 17:16-34 (7)

Acts dispensationally considered

 

ENFATIZANDO A SUA RESPONSABILIDADE

     Mas o propósito de Paulo não era meramente convenceros seus ouvintes. Ele quis convencê-losda sua responsabilidade para com o único Deus verdadeiro, a quem eles "adoravam" como um entre muitos e além disso como "desconhecido". Ele quis mostrar-lhes que eles deveriam prestar contas a Ele pela sua idolatria e pecado, e depois quis pregar-lhes Cristo.

     A afirmação de que "Deus, não [teve] em conta os tempos da ignorância"(Ver. 30) não significa que, até então Deus não tivesse responsabilizado os pagãos. As próprias palavras do apóstolo em Rom. 1:18-32 torna demasiado claro que ele os tornou responsáveis. As Escrituras do Antigo Testamento, também, dão abundante testemunho de que Deus nunca considerou a idolatria como algo inocente, ou os seus pecados dali derivados sem qualquer consequência. O que Paulo quis dizer era simplesmente que até então Deus havia feito vista grossa à idolatria do mundo pagão sem a punir, como se Ele não a visse.

     Mas agora, diz o apóstolo, Ele "anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam, porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos"(Vers. 30,31).

     Alguns têm concluído a partir desta passagem que Paulo, como Pedro antes dele, foi enviado a proclamar principalmente o arrependimento. Isto é um erro. 

     A palavra arrepender (Gr. Metanoeo) é encontrada pelo menos trinta e uma vezes nos Evangelhos e no princípio dos Atos. Além disso, é-nos dito claramente que o arrependimento, face à proximidade do reino, era o temada mensagem proclamada por João Batista, Cristo e os doze (Mat. 3:1-2; 4:17; Marcos 6:7,12; Luc. 24:47). Em comparação encontramos a palavra usada apenas cinco vezes por Paulo em Atos e em dois desses casos ele refere-se ao que João Batista tinha pregadoa Israel (Atos 13:24; 19:4). Depois, em todas as epístolas de Paulo, encontramos a palavra usada apenas sete vezes (incluindo Hebreus, onde é usada três vezes) e, novamente, vários desses casos não têm ligação à mensagem que Paulo pregou.

     Uma vez que a palavra metanoeosignifica uma completa mudança de pensamento, é evidente que qualquer incrédulo que se torna crente arrepende-se no processo. No entanto, também é evidente a partir do acima exposto que a ênfasena mensagem de João Batista, Cristo e os doze, era sobre o arrependimento, contudo não foi assim com Paulo. Um exame tanto da parte final dos Atos como das suas epístolas revelará que a ênfase na sua mensagem estava na graça, que deveria ser apropriada pela .

     Isto é apropriado, pois, de acordo com o "Evangelho do reino", Israel deveria arrepender-se das suas apostasias e aceitar Cristo como Rei e os Gentios deveriam arrepender-se da sua idolatria e aceitá-lo como Rei. Sob a dispensação que Paulo introduziu, no entanto, os Judeus e os Gentios são encerrados debaixo do pecado e Cristo é oferecido como Aquele que morreu para que eles possam ser "justificados gratuitamente pela Sua graça". Por isso a ênfase está na graça, apropriada pela fé.

     Repetimos, no entanto, que é uma questão de ênfase, pois qualquer pecador que crê, arrepende-se. Dada a natureza do caso e aqui, onde Paulo se deparou com os defensores da idolatria e lhes proclamou o único Deus verdadeiro, certamente não é estranho que ele lhes peça uma mudança de coração e pensamento. Isto não indica que ele tenha proclamado, de forma alguma, a mesma mensagem que Pedro e os doze pregaram. De facto, várias distinções devem ser aqui observadas:

     1. Eles tinham sido especificamente instruídos a pregar o arrependimento primeiramente aos Judeus(Lucas 24:47), enquanto Paulo mostra aqui a sua relação com "todos os homens, e em todo o lugar". 2. Eles haviam sido enviados a pregar o arrependimento e o batismopara a remissão de pecados (Marcos 16:16; Atos 2:38), enquanto Paulo não menciona o batismo na água aqui e, de facto, afirma em I Coríntios 1:17 que ele nãofoi enviado a batizar. 3. Paulo, aqui, trouxe claramente o arrependimento e o juízo como pano de fundo para a graça que ele queria proclamar se tivesse recebido permissão para prosseguir. Este foi outro dos discursos interrompidos do Livro de Atos.

     Considerar, então, que o arrependimento não tem lugar na mensagem Paulina é entender mal a natureza do arrependimento, mas por outro lado, pregaro arrependimento, em vez da graça, é mostrar ignorância da mensagem que o Senhor ressurreto e ascendido confiou a Paulo e a nós. 

     Como já dissemos, Paulo estava a responder aos defensores da idolatria. É natural que, neste caso, ele os convidasse ao arrependimento e a voltarem-se para o verdadeiro Deus (Cf. I Tes. 1:9). E muito naturalmente ele confirmaria o que Pedro havia dito a respeito da ressurreição de nosso Senhor “para "com justiça ... julgar o mundo".

     Mas isto não era tudo o que ele queria dizer. Agora ele procurava sondar e despertar as consciências deles. "Deus ... anuncia [ou, manda]agora a todos os homens, em todo o lugar que se arrependam." Não era uma questão de opinião humana, como os Atenienses costumavam supor, mas de responsabilidade moral. E era do seu interesse voltarem-se para Deus sem demora, porque Ele havia determinado um dia em que o mundo será julgado em justiça por Cristo, que ressuscitou dentre os mortos como "certeza" deste facto.

 

 

Sermões e Estudos

Carlos Oliveira 31OUTT25
Passados 50 anos

Tema abordado por Carlos Oliveira em 31 de outubro de 2025

Carlos Simões 26OUT25
Fidelidade

Tema abordado por Carlos Simões em 26 de outubro de 2025

Carlos Oliveira 24OUT25
Porque não sou religioso

Tema abordado por Carlos Oliveira em 24 de outubro de 2025

Estudo Bíblico
1 Timóteo 2:8

Estudo realizado em 29 de Outubro de 2025

ver mais
  • Avenida da Liberdade 356 
    2975-192 QUINTA DO CONDE 





     
  • geral@iqc.pt 
  • Rede Móvel
    966 208 045
    961 085 412
    939 797 455
  • HORÁRIO
    Clique aqui para ver horário