08-01-12 - Mentalidade Cristã assenta na graça		
	
	
	
			
	
	  Jahan Binai (na foto ao lado), de 54 anos, é iraniano e dirige atualmente uma igreja composta por ex-muçulmanos na Noruega
	     Jahan Binai tem um programa de televisão que é exibido via satélite diariamente para diversos países islâmicos e alcança mais de 300 milhões de muçulmanos. Ele deu a seguinte entrevista:
 
	 
	     Como chegou cá?
	 
	     Fui reitor numa faculdade no Irão por 14 anos e vivia muito bem financeiramente. No entanto, tinha problemas com o regime no poder. Na cidade em que morávamos, quando a polícia fazia batidas, começava por nossa casa e, por causa dessa pressão política, deixámos o país. Primeiro fomos para a Turquia e dali, através da ONU, tornámo-nos refugiados; depois viemos para a Noruega.
	 
	     Quando chegámos cá, pensámos que era o paraíso, porque os que estavam ao nosso redor nos mostravam amor. Mesmo que não falassem de Jesus conosco, sentíamos Jesus na vida deles.
	 
	     Primeiro eu converti-me e muita coisa mudou em mim; depois, a minha esposa se  converteu-se  porque viu as mudanças na minha vida. Nunca pressionámos os nossos filhos, mas eles viram as mudanças na vida dos pais e eles próprios tomaram a decisão de seguir a Jesus.
	 
	     Entrámos em contato com  iranianos em Oslo, a capital, e começámos a ser bem ativos na comunidade.
	 
	     Trabalhámos durante 7 ou 8 meses e, embora não visse ninguém se convertendo, não desistimos. Com o tempo, Deus abriu as portas e, certo dia, começaram a chegar à igreja autocarros cheios de muçulmanos. Em cada culto víamos muçulmanos dobrando-se e aceitando Jesus. De vez em quando, viajamos até o Dubai ou ao Azerbaijão como missionários para pregar.
	 
	 
	     Que restrições tem enfrentado, … ou a igreja?
	 
	     Quando vou ao asilo de refugiados, às vezes sou proibido de entrar. A direção do próprio asilo proíbe-me: os funcionários, ou até mesmo muçulmanos fanáticos, e isso com o consentimento do governo. Tem sido um pouco complicado aqui na Noruega, mesmo sendo um país Cristão, pois tem sido difícil evangelizar os muçulmanos.
	 
	     Alguns são fanáticos e por isso nós às vezes temos problemas; somos criticados por eles. Fui ameaçado de morte, eu e minha família. 
	 
	 
	     Precisou de proteção policial durante um período de tempo. O que aconteceu?
	 
	     Um homem telefonava-me repetidamente, e ele ameaçava-me, dizendo que eu era uma vergonha para o islamismo; que o fato de eu convidar muçulmanos para cultos cristãos e fazê-los converterem-se ao Cristianismo me tornava um impuro para o islão e que, por causa disso, ele me mataria a mim e à minha família.
	 
	     Acabámos sentindo que isso era algo urgente e então ligámos à polícia. Tínhamos medo de ir para a nossa casa, mas a polícia forneceu-me um alarme para chamá-la, caso algo acontecesse. Andei meses com esse alarme e trocámos os nossos números de telefone.
	 
	     Numa das últimas ligações que recebi, disse ao meu perseguidor que o amava e não me importava, mesmo que ele de fato viesse a cortar o meu corpo em vários pedaços, como havia dito que faria. Passou algum tempo e as ameaças cessaram. Então fui à polícia e disse-lhes que achava que Deus estava a mudar o coração daquele homem e acreditava que não precisava mais de proteção policial. Mesmo assim, a polícia continua rondando a área onde moramos.
	 
	
	     O que é mais urgente para o seu trabalho?
	 
	     Oração e proteção. Outro desafio para nós que trabalhamos com essas pessoas é a mentalidade delas, pois é muçulmana. Elas transferem os valores muçulmanos para o Cristianismo e esquecem que a mentalidade Cristã é fundamentada na graça, enquanto a muçulmana é baseada no quanto de mau ou bom se fez. O nosso desejo é que eles tenham uma relação pessoal com Jesus, porque no islão há uma distância muito grande entre Deus e Jesus e leva algum tempo até que eles compreendam a necessidade de viver essa nova vida. Precisam muito de oração e da Palavra de Deus. Precisamos também de parceiros de oração e parceiros financeiros para o programa de televisão, pois é um projeto muito grande. Temos dois satélites. É um programa diário exibido várias vezes ao dia. Mais de 300 milhões de muçulmanos têm acesso a ele e muitas vidas têm sido alcançadas.