O Meu Evangelho
Se Paulo pregou o mesmo Evangelho que aqueles que o antecederam, então porque é que ele o denomina de "o meu Evangelho" três vezes?
Paulo usa ambas as frases "o Evangelho" e "o nosso Evangelho" nas suas epístolas, mas quando menciona "o meu Evangelho" isso mostra que ele tinha uma mensagem única.
O meu Evangelho: para Judeus e Gentios
O Evangelho de Paulo não fazia distinção entre Judeus e Gentios. São todos acusados de incredulidade como pecadores, e são julgados por Deus, sem acepção de pessoas, independentemente de terem, ou não, a lei.
Por isso, Paulo diz:
"No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu Evangelho" - Romanos 2:16
Durante o tempo passado, no ministério terreno do Senhor Jesus Cristo, e no ministério de pregação de Pedro até ao Centurião Cornélio, havia uma distinção entre Judeus e Gentios. Os judeus tinham uma posição espiritual especial com o Senhor. Os Gentios não.
O meu Evangelho para confirmar ou certificar
Paulo diz que “o meu evangelho” é como Deus certifica os Romanos.
“Ora, Àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu Evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto” – Romanos 16:25
Aos Coríntios, Paulo diz ser o arquiteto que coloca o fundamento da graça de Deus sobre o qual os outros homens edificam.
“Segundo a graça de Deus que me foi dada, pus eu, como sábio arquiteto, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele” – 1 Coríntios 3:10
A ressurreição Segundo o Meu Evangelho
A ressurreição era uma parte da profecia judaica, Jesus predisse a Sua própria ressurreição, e Pedro pregou a ressurreição de Cristo antes de Paulo ter sido salvo. Então, como poderia Paulo dizer isto?
"Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho" - 2 Timóteo 2:8
O facto da ressurreição foi profetizado, e tanto Paulo como os doze ensinaram-no (1 Cor 15:11). No entanto, a ressurreição de Cristo foi pregada por Pedro como prova do Seu Messianismo, e como certeza do reino vindouro.
Paulo pregou a ressurreição de Cristo como o meio de salvação e santificação de toda a humanidade, como parte de uma nova criatura, a Igreja o Corpo de Cristo.
Único para Paulo
A mensagem do evangelho de Paulo era inteiramente de Cristo, e por isso Paulo ergue-se singularmente chamando-o de "o Evangelho de Cristo", mas vermo-lo também chamar de "o meu Evangelho" só pode ser explicado pelo facto de que Cristo o deu exclusivamente primeiro a Paulo.
Ninguém mais nas Escrituras poderia reclamá-lo como "o meu Evangelho", nem nós. Nós conhecemos o Evangelho nos escritos de Paulo, e os doze apóstolos ensinaram o mesmo Evangelho que João Batista e do qual os profetas falaram (Marcos 1:4; Marcos 1:15; Atos 3:19-21).
Paulo diz repetidamente que a dispensação da graça de Deus foi-lhe dada a ele (Ef 3:2; Ef 3:7; Col 1:25; Rm 15:15).
O Senhor revelou a Paulo um mistério mantido em segredo desde que o mundo começou (Rm 16:25; Ef 3:3). Paul foi o vaso escolhido do Senhor designado para o cargo de Apóstolo dos Gentios (Rom 11:13; 2 Tm 1:11).
Uma "dispensação do Evangelho" foi-lhe confiada (1 Cor 9:17). O seu Evangelho não foi segundo os homens, nem foi recebido de homem algum, mas foi-lhe dado em primeira mão pelo Senhor (Gl 1:1; Gál 1:11,12). Mesmo Pedro teve que aprender que Deus tinha dado a Paulo a dispensação da graça de Deus (Gal 2:9).
O seu Evangelho era verdadeiramente de Cristo, e era sua responsabilidade pregar o seu Evangelho onde quer que fosse.
"Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada ... E demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou" - Efésios 3: 2-9.