A tua importância

Carlos M. Oliveira


 
   “Está aqui UM rapaz …” (João 6.9).

Numa sociedade que coloca demasiada ênfase nos números, temos tendência para esquecer a importância do indivíduo. Mas, afinal, é o indivíduo - homem ou mulher - que realiza a obra.

A Bíblia está cheia de exemplos desta verdade:

     - Quando Deus quis formar uma nação chamou um indivíduo – Abraão - e desencadeou o plano.

     - Quando Deus quis libertar os Israelitas da escravidão, não usou uma comissão ou comité; chamou simplesmente um indivíduo - Moisés.

     - Quando chegou o tempo dos Israelitas apropriarem-se da herança, Deus usou um indivíduo - Josué.

     É verdade que nenhuma pessoa pode fazer o trabalho só. Os que ajudaram os grandes líderes também foram importantes. Mas isso só prova o que estamos a dizer, a saber, que o indivíduo é que realiza a obra, seja líder, seja seguidor.

     Nos nossos dias ouvimos falar de algumas grandes igrejas superagressivas. Se são fiéis e dão um testemunho verdadeiro, damos graças a Deus por elas. Mas as igrejas são constituídas por indivíduos, e são estes que fazem a obra e não a congregação como um todo. Isto significa que o testemunho pessoal do crente que está na igreja mais pequena é tão importante como o do que está na maior. De facto até pode ser mais importante, pois nas igrejas mais pequenas há menos indivíduos disponíveis para trabalhar.

     Um dos grandes erros dos trabalhos organizacionais é a ideia de que, uma vez que um grupo decida algo, a questão está resolvida. Porém isso é errado! A Assembleia da República pode emitir uma lei, mas a mera emissão da lei não altera nada. Alguém tem de agir e fazê-la cumprir, e é aqui que o indivíduo se toma importante. Uma igreja local pode decidir adoptar um programa evangelístico, mas isso, de per si, não fará a igreja ganhar uma única alma. O plano tem de ser levado a cabo, e só indivíduos o podem fazer.

     Nunca subestimes a influência do indivíduo. Não te subestimes. Maria, de Betânia, trouxe a sua oferta ao Senhor na privacidade do lar, e apesar disso o Senhor disse que o seu ato de adoração teria influência no mundo inteiro (Marcos 14.9). O teu tempo de oração privada, as tuas devoções, o teu testemunho, afetam mais do que aquilo que imaginas (Exemplo: Col. 4:12).

     Receamos que a ênfase constante que se dá hoje às grandezas possa comunicar a alguns crentes um complexo de inferioridade. Sabemos de alguns crentes que desertaram da sua própria igreja para se juntarem a igrejas maiores que estão a fazer “grandes coisas”. Tais pessoas podem sentir-se mais importantes, mas as suas maiores oportunidades ficaram para trás num lugar que necessitava «desesperadamente» delas.

     Já vimos alguns quererem abdicar porque não parecia conseguirem muito. Um disse, “A Igreja onde estou é pequena!”. Igreja pequena? Não há igrejas pequenas. Uma igreja onde Cristo é honrado e a Sua Palavra fielmente pregada, é sempre uma grande igreja, independente do seu número. O maior trabalho no mundo é a tarefa que Deus te deu para realizares! Desempenha-a!

     Ninguém conhece o nome do crente que foi pregador de recurso, e cujo sermão gaguejado conduziu Charles H. Spurgeon à salvação, mas sabemos como foram tremendas as consequências! Como se deve ter lamentado o pregador faltoso naquela noite! Deus usou um indivíduo para afetar outro indivíduo, que por sua vez influenciou multidões. Anima-te irmão! Anima-te irmã. Sê e permanece ativo(a) e empenhado(a). Tu és importante na obra de Deus e o teu trabalho não será em vão, no Senhor (I Cor. 15.58).

     Ninguém põe em causa que devemos atingir o maior número possível com o Evangelho. A Igreja primitiva desempenhou essa subida tarefa sem os meios modernos de transportes e comunicações que nós hoje possuímos. Como o conseguiram? Por indivíduos que falavam a indivíduos. Lemos dos sermões de Pedro e Paulo a multidões, mas também de muitos anónimos a “conversarem” o Evangelho, isto é a comunicarem-no em conversas. O império Romano foi conquistado para Cristo não com grandes empreendimentos missionários e apostólicos, mas com crentes, individualmente servindo no dia a dia (I Tes. 1.8).

     E cá estamos de novo onde começámos - a importância do indivíduo. Queremos sublinhar-te a importância que tens. Deus tem um papel importante para ti, para que o cumpras. O teu nome pode não ser cartaz, mas Deus registará a tua ação e recompensar-te-á a Seu tempo. A tua responsabilidade é seres-Lhe fiel e o teu privilégio é glorificá-Lo e agradar-Lhe.

     Pessoalmente, sou apenas um indivíduo, mas ainda assim sou um indivíduo. Não posso fazer tudo, mas faço tudo o que posso, pois sempre posso fazer algo. E, exatamente porque não posso fazer tudo, não recuso fazer o algo que posso realizar. Se Deus me chamou para o fazer, então o que faço é importante, quer para Ele, quer para o ministério da igreja. Pouco me importa quem obterá o crédito desde que Deus receba a glória. O que faço é importante, não porque o faço, mas porque Deus me chamou a fazê-lo. Haverá tentações para me desviarem procurando levar-me a fazer coisas menores, porém tenho que lhes resistir. Como Neemias, também afirmo: “Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer: por que cessaria esta obra …?” (Neem. 6 .3). 

     O que Deus me deu a executar é a tarefa mais nobre e importante que posso realizar. Tenho que a cumprir. Queres juntar-te a mim?

- C.M.O.

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