Romanos 13 - Governo Civil ou Governo da Igreja?
“Romanos 13 é sobre obedecer ao governo civil ou ao governo da igreja, como alguns andam a dizer?”
No contexto, é verdade que Paulo tinha acabado de falar sobre “o que governa (KJV), ou preside” na igreja local (12:8). Mas os “governantes, ou magistrados” no capítulo 13:3 trazem uma “espada” (v. 4) que não se pode referir à “espada do Espírito” (Efésios 6:17) usada pelos governantes da igreja, pois aquele que a usa é chamado de “vingador, para castigar o que faz o mal” (13:4). Isso não se encaixa no papel de governante numa igreja local, mas é uma descrição adequada ao governante civil. No contexto mais imediato, Paulo tinha acabado de citar Deus, dizendo: “Minha é a vingança; Eu recompensarei” (12:19). Então, quando Paulo passa a chamar o portador da espada de “vingador”, ele está a explicar que Deus se vinga dos malfeitores na dispensação da graça pela espada do governo civil.
Em troca pelo seu serviço civil, somos instruídos a pagar “tributo” a esses governantes, algo pago aos reis (Mt 17:24,25; 22:17), não aos governantes nas igrejas locais. Os judeus pagavam tributo aos líderes religiosos de Israel (Números 31:37-41) porque eles constituíam uma teocracia, um governo governado por Deus, e assim pagar tributo era apenas dar a Deus o que Lhe era devido. Mas a palavra “deveis” (Romanos 13:7) fala do que é devido como dívida, e portanto “tributo” é uma palavra que não pode ser usada para o dar na igreja local. Debaixo da graça, a nossa doação não é feita “por necessidade” (2 Coríntios 9:7).
Por Ricky Kurth