Provocação
“Vou vencê-lo de tal modo que ele irá precisar de uma calçadeira para colocar o chapéu!” Foi isto que o aclamado pugilista Mohammed Ali (na foto) disse sobre Floyd Patterson antes da sua luta pelo campeonato em 1965. Conhecido como “provocação”, os pugilistas também se envolvem nesta forma de confronto verbal no meio da própria luta, provocando e incitando os seus adversários.
No meio da maior luta de todos os tempos, o Senhor Jesus Cristo envolveu-Se numa pequena disputa verbal. Numa passagem que regista os pensamentos do Senhor enquanto Ele estava pendurado na cruz do Calvário, Ele primeiro refletiu sobre o açoite e cuspidelas vergonhosas a que foi submetido (Isa. 50:6), e então o profeta ouviu-o desafiar o seu inimigo:
“Perto está o que Me justifica; quem contenderá Comigo? Compareçamos juntamente: quem é Meu adversário? Chegue-se para Mim.” (Isaías 50: 8).
Imagina a cena! Exteriormente, o Senhor era o Cordeiro sacrificial de Deus, submetendo-Se humildemente à vontade do Seu Pai. Interiormente, Ele era o desafiante concorrente ao trono do mundo, trovejando um desafio ao Seu adversário invisível, o campeão reinante que havia usurpado o trono a Adão. O deus deste mundo pensou ter o teu Salvador nas cordas naquele dia sombrio, mas por dentro o Senhor estava rugindo, por assim dizer: “Podes vir! É o melhor que tens? Um pouco de açoites? Um pouco de vergonha e cuspidelas? Uma pequena crucificação?” (v. 6)? Por todas as aparências externas, o teu Salvador parecia uma vítima indefesa naquele dia, mas por dentro Ele era o Vencedor derrotador!
Como é que alguém numa situação tão impossível e desesperadora pode se sentir tão triunfante? Era realmente simples. Ele confiou em Deus, como mostra o versículo seguinte:
“Eis que o Senhor Jeová Me ajuda; quem há que Me condene? …” (Isaías 50:9).
Se estas palavras soam familiares, é porque elas são as palavras que o apóstolo Paulo escolheu para te encorajar em qualquer situação impossível e desesperante em que te encontres:
“Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou, antes, quem ressuscitou de entre os mortos, o Qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” (Rom. 8:33,34)
Com toda a “tribulação” na tua vida (v. 35), externamente pode parecer que fosses “considerado como ovelhas para o matadouro” (v. 36), vivendo na situação impossível e desesperadora de um cordeiro prestes a ser massacrado. Mas sabendo que é Deus quem te justifica, podes dizer, por assim dizer: “Podes vir! É o melhor que tens? Um pouco de desemprego? Um pouco de cancro? Um pouco de tristeza quando o mais querido na Terra está dilacerado ao meu lado?”
Como aconteceu com o próprio Senhor, Deus não promete que seremos capazes de vencer qualquer prova difícil por que esetejamos a passar, mas Ele promete que em todas as provações somos “mais do que vencedores, por Aquele que nos amou” (v. 37) , pois nenhuma destas coisas “nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (v. 39). A chave é lembrar que “a nossa leve e momentânea tribulação produz, para nós, um peso eterno de glória mui excelente” (2 Coríntios 4:17), e lembrar que somos apenas mais do que vencedores quando “não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (v. 18).
por Ricky Kurth