Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XL – Atos 21:15-26 (8)

O APÓSTOLO CEDE
“Então Paulo, tomando consigo aqueles varões, entrou no dia seguinte no templo, já santificado com eles, anunciando serem já cumpridos os dias da purificação; e ficou ali até se oferecer por cada um deles a oferta”.
Assim Paulo, como representante dos quatro Nazireus, entrou no templo para anunciar ao sacerdote que, após sete dias de purificação, os sacrifícios prescritosdeveriam agora ser oferecidos.
É estranho ver Paulo ceder a Tiago e voltar novamente ao que recentemente ele tinha chamado simplesmente de “rudimentos fracos e pobres”.
Quais terão sido todas as suas próprias razões para fazer aquilo nós não sabemos. Não se pode dizer que estando em Jerusalém, ele se tenha submetido à autoridade dos apóstolos da circuncisão, pois não há qualquer evidência de que algum deles estivesse presente - de facto, a evidência indica, pelo contrário, que eles não estavam presentes na reunião.
Ainda assim, ele testemunhou mais tarde perante o Sinédrio: “Até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência”[1] (Atos 23: 1). Sem dúvida, ele argumentou que a acusação feita contra ele era falsa, que ele estava aqui em solo Judaico e que associando-se ao voto poderia levar os Judeus a dar-lhe ouvidos. Além disso, ele não teve grande trabalho ao organizar durante longos meses a coleta da grande oferta que eles tinham agora trazido para os seus irmãos Judeus? Tudo isto seria em vão? O que é que as igrejas diriam se, depois de se terem sacrificado tanto financeiramente, o plano abortasse? Estes pensamentos deveriam correr na sua mente e sobre quão complexos se podem tornar os problemas espirituais.
Como sabemos, o plano abortou de qualquer maneira, pois o objetivo do rumo que ele traçara foi completamente frustrado pelo tumulto que ocorreu pouco antes da sua conclusão, com o resultado acrescido de que seu ministério público foi encerrado, pelo menos por então, ao ele ter sido levado como “prisioneiro de Jesus Cristo por vós, os Gentios” (Efésios 3:1). Isto, achamos, não foi feito como um castigo, mas sim como um meio de o proteger como “apóstolo dos Gentios”, independentemente de quão profundamente ele pudesse se sentir obrigado para com os Judeus.
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[1] Contudo, ele pode bem ter-se referido ao seu rumo adotado, primeiro ao perseguir Cristo e depois ao proclamá-Lo.
Atos dispensacionalmente Considerados
Cornelius R. Stam



