Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXVI – Atos 20:1-5

O REGRESSO À MACEDÓNIA E GRÉCIA

AS ATIVIDADES DE PAULO ALI

     “Depois que cessou o alvoroço, Paulo chamou a si os discípulos e, abraçando-os, saiu para a Macedónia.

      “E, havendo andado por aquelas terras e exortando-os com muitas palavras, veio à Grécia.

     “Passando ali três meses e sendo-lhe pelos judeus postas ciladas, como tivesse de navegar para a Síria, determinou voltar pela Macedónia.

     “E acompanhou-o, até à Ásia, Sópatro, de Bereia, e, dos de Tessalónica, Aristarco e Segundo, e Gaio, de Derbe, e Timóteo, e, dos da Ásia, Tíquico e Trófimo.

     “Estes, indo adiante, nos esperaram em Troas”.

- Atos 20:1-5

     Muito pouco nos é dito sobre um ministério que deve ter consumido muitos meses. Paulo partiu para a Macedónia, passou por aquelas partes, exortando muito os crentes e depois chegou à Grécia, onde ficou três meses; essa é toda a informação que temos do registo de Lucas.

     No entanto, à medida que meditamos sobre o que nos é dito e examinamos nas primeiras epístolas de Paulo sobre as suas atividades, um quadro muito mais completo se desenrola.

     Se o tumulto em Éfeso interrompeu a permanência do apóstolo ali, não nos é dito claramente. Em qualquer caso, porém, seria mais sensato para ele partir então. Um tremendo trabalho fora feito ali e, como ele, pessoalmente, se tornara no principal alvo da fúria do inimigo, seria melhor que o trabalho fosse confiado agora aos cuidados daqueles com quem ele trabalhara durante três anos.

     Assim, recebendo o afeto de despedida dos discípulos, ele partiu para a Macedónia, sem dúvida revisitando os crentes em Tessalónica, Bereia e, claro, Filipos. Que felizes reuniões, depois de pelo menos seis anos de ausência, devem ter acontecido ali com velhos amigos e cooperadores, como Lídia e a sua família, o carcereiro de Filipos e o seu Jason e muitos outros! O apóstolo deve ter experimentado muita alegria, alguma apreensão e também algum pesar pelos seus relatos de vitórias e derrotas espirituais, e ele "exortou-os com muitas palavras" (Ver. 2).

     No caminho para a Macedónia, ele sem dúvida iria parar (talvez mudar de navio) em Troas, e é provavelmente nesta altura que ele escreve aos Coríntios algum tempo depois:

     “Ora, quando cheguei a Troas para pregar o Evangelho de Cristo e abrindo-se-me uma porta no Senhor,[1]

     “Não tive descanso no meu espírito, porque não achei ali meu irmão Tito; mas, despedindo-me deles, parti para a Macedónia” (2 Coríntios 2:12,13).

     O apóstolo tinha, como veremos, enviado Tito a Corinto para lidar com alguns dos seus problemas e para saber e depois relatar-lhe os efeitos das recentes cartas que lhes dirigira. Evidentemente, ele esperava encontrar-se com Tito em Troas, mas ficou desapontado, e como resultado ficou tão ansioso que não conseguiu entrar na porta aberta de oportunidade diante de si, seguindo para a Macedónia.

     E esse estado de depressão espiritual continuou mesmo depois que ele chegou à Macedónia. Já mencionámos as alegres reuniões que devem ter acontecido, especialmente em Filipos, mas mesmo aqui ele não conseguiu livrar-se das apreensões que sentia em relação à igreja em Corinto.

     Foi aqui na Macedónia, no entanto, que Tito finalmente chegou ao apóstolo com notícias que eram boas na generalidade. Assim ele escreveu:

     “Porque, mesmo quando chegamos à Macedónia, a nossa carne não teve repouso algum; antes, em tudo fomos atribulados: por fora combates, temores por dentro.

     “Mas Deus, que consola os abatidos, nos consolou com a vinda de Tito” (2 Cor. 7:5,6).

 _____________________________________

[1] Talvez através da sua evangelização na Ásia (Veja Atos 19:10).