Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXIV – Atos 19:1-22 (7)

Acts dispensationally considered

 

JUÍZO SOBRE ISRAEL

BÊNÇAO PARA OS GENTIOS

     “E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias,

     “De sorte que até os lenços e aventais se levavam do seu corpo aos enfermos, e as enfermidades fugiam deles, e os espíritos malignos saíam.

      “E alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que tinham espíritos malignos, dizendo: Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo prega.

     “Os que faziam isto eram sete filhos de Ceva, judeu, principal dos sacerdotes.

     “Respondendo, porém, o espírito maligno, disse: Conheço a Jesus e bem sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?

     “E, saltando neles o homem que tinha o espírito maligno e assenhoreando-se de dois, pôde mais do que eles; de tal maneira que, nus e feridos, fugiram daquela casa.

     “E foi isto notório a todos os que habitavam em Éfeso, tanto judeus como gregos; e caiu temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido.

     “Muitos dos que tinham crido vinham, confessando e publicando os seus feitos.

     “Também muitos dos que seguiam artes mágicas trouxeram os seus livros e os queimaram na presença de todos, e, feita a conta do seu preço, acharam que montava a cinquenta mil peças de prata.

     “Assim, a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia”.

- Atos 19:11-20

     Na passagem diante de nós temos outra daquelas narrativas significativas de Atos que estabelecem, simbolicamente, a bênção dos Gentios através da queda de Israel.

     Começa com os milagres “extraordinários” que Deus operou através de Paulo. Na verdade, a palavra “extraordinário” deveria ter sido traduzida no negativo, como no Grego: “não é comum” ou “não vulgar”. A ideia é que, embora Éfeso, sendo mais oriental em caráter do que Atenas ou Corinto, tinha muitos mágicos e operadores de maravilhas nas suas ruas, Deus usou Paulo para fazer milagres que eles não podiam duplicar, assim como Moisés e Arão, mais de quinze séculos antes, haviam feito milagres que os magos do faraó acharam impossível imitar.

     Entre eles, a cura de doenças e a expulsão de demónios por lenços e aventais que haviam tocado a pessoa de Paulo. A era dos milagres demonstrativos ainda não havia passado.

     Mas entre os que testemunharam esses milagres houve um grupo de Judeus que eram um símbolo do que sua nação estava a tornar-se rapidamente e a partir dali se tornou.

     Eles eram "Judeus ambulantes [ou, vagabundos]", errantes, longe da sua terra, certamente não típicos da nação de Israel redimida do futuro em que os Judeus "habitarão na sua terra" (Jer. 23:8), mas sim da atual nação de Israel apóstata, vagueando sem lar por outras terras.

     Além disso, estes judeus eram "exorcistas", homens que expulsavam, ou presumiam expulsar, espíritos malignos, não, claro, pelo poder de Deus, mas por rituais mágicos, encantamentos e outros meios, a implicação sendo que eles andavam de lugar em lugar oferecendo-se para expulsar demónios por um preço.

     Agora, alguns deles, observando o poder que Paulo exercia em nome do Senhor Jesus Cristo, atreveram-se usar o nome de Cristo nas suas feitiçarias, bruxarias, dizendo: “Esconjuro-vos por Jesus a quem Paulo prega”.

     Quão baixo estes judeus errantes haviam caído, espiritualmente, é evidenciado no facto de, para ganho pessoal, eles usarem o nome do Senhor Jesus Cristo, o seu Messias, a quem eles rejeitavam, fazendo tráfico com espíritos malignos que era estritamente proibido pelas Escrituras e punível com a morte (veja Êxodo 22:18; Levítico 20:27; Deut. 18:10,11; I Sam. 28:3,9).

     Nisso eles também simbolizavam a sua nação, pois em vez de representarem Deus perante as nações agora, Israel tornou-se num falso profeta ao rejeitar o Messias. No entanto, apesar de rejeitar a Cristo como um impostor, ninguém está mais disposto a obter ganhos financeiros a través d’Ele do que os Judeus, na “Sexta-Feira Santa” na Páscoa, na época do Natal e durante todo o ano.

     Entre estes exorcistas errantes havia sete filhos de um importante sacerdote, chamado Sceva, que usaram o nome de Cristo numa ocasião com consequências desastrosas, pois o espírito maligno respondeu desdenhosamente: “Conheço a Jesus e bem sei[1] quem é Paulo, mas vós quem sois?” ao que o homem possuído por demónios, com a força do maníaco de Gádara, saltou sobre eles, vencendo todos os sete “de tal maneira que, feridos e nus, fugiram daquela casa” (Ver. 16). Tal foi a consequência do uso não autorizado deste santo nome.

     Nisto, estes sete judeus errantes foram novamente símbolo da nação como um todo, pois no seu mau uso de Cristo, Satanás prevaleceu contra eles e os deixou espiritualmente nus e feridos.

     Mas há ainda mais algo simbólico nesta narrativa, pois como resultado desse incidente “o nome do Senhor Jesus era engrandecido [ou, foi magnificado]” e havia “muitos”, evidentemente incluindo alguns Judeus, que agora "[criam] ... confessando e publicando os seus feitos” (Vers. 17,18).

     Mais uma vez, então, temos a salvação a ir para os Gentios pela queda de Israel (veja Rom. 11:11-15) e mais: através da sua queda há graça para todos, tanto Judeus individuais como Gentios individuais, como está escrito:

     “Porquanto não há diferença entre Judeu e Grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que O invocam.

     “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Rom. 10:12,13).

     “Porque Deus encerrou a todos debaixo da desobediência, para com todos usar de misericórdia.

     “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os Seus juízos, e quão inescrutáveis, os Seus caminhos!” (Rom. 11:32,33).

     Como resultado do julgamento desses exorcistas, os crentes que haviam usado artes “mágicas” trouxeram os seus livros de instruções, fórmulas secretas, encantamentos, etc., e organizaram uma grande fogueira pública, queimando-os, no valor total de cerca de 50 mil peças de prata, ou quase dez mil euros em custo. “Assim a Palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (Ver. 20).

     Deste modo, os milagres "extraordinários" que Deus operou por meio de Paulo não eram de modo algum um encorajamento a práticas idólatras ou superstições, mas eram antes um testemunho sobrenatural, especialmente para Israel,[2] de que o ministério de Paulo era obra de Deus.

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[1] Lit., “reconheço”, como autoridade; “conhecer”, ter conhecimento familiar de.

[2] Veja 1 Cor. 1:22.

 

 

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