O Engano da Tradição (I)

"Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado... E que desde a tua meninice sabes as sagradas letras..." (II Tm. 3:14-15).
Observe, dizem, que Paulo encoraja Timóteo a continuar nas coisas que tinha aprendido do próprio Paulo pela tradição oral à parte das Escrituras, as quais não são mencionadas antes do versículo seguinte. Pode-se entender que este não é um argumento muito forte, mas os católicos também usam outros versículos! Por exemplo:
"E o que de mim, entre muitas testemunhas, OUVISTE, confia-o a homens fiéis, que sejam idóneos para também ensinarem os outros" (II Tm. 2:2).
Hoje, usamos este versículo para ensinar que as nossas convicções sobre as Escrituras devem ser confiadas a homens fiéis. Entretanto, o versículo não diz isto! Na realidade, diz que Timóteo deveria confiar as coisas que tinha ouvido a tais homens. Afinal, a igreja católica argumenta: "a fé é pelo ouvir" (Rm.10:17) e não através da leitura!
Talvez o argumento mais forte dos católicos pela autoridade da tradição oral se encontre em II Ts. 2:!5:
"Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa."
Aqui, as tradições da igreja transmitidas por "palavra" são aparentemente dadas à mesma autoridade daquelas transmitidas por "epístola", isto é, pelas epistolas das Escrituras.
À superfície, estes argumentos parecem ser baseados, pelos menos em parte, nas Escrituras e posteriormente dirigir-nos-emos a cada um deles neste artigo. Mas primeiro, vamos observar vários problemas ao fazer-se com que a tradição tenha a mesma autoridade que as Escrituras. Vamos iniciar considerando uma tradição que começou na época do nosso Senhor. Quando Pedro perguntou ao Senhor o que aconteceria com João:
"Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?... Divulgou-se pois entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria; mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?" (Jo. 21:21-23).
Aqui temos um exemplo de uma tradição oral que começou antes da Bíblia ter ficado completa! Isto é significante porque a igreja católica alega que as suas tradições têm as suas origens na igreja primitiva. Bem, não se consegue ser mais primitivo (antigo) do que isto! Entretanto, esta tradição oral era falsa, demonstrando claramente a falta de fidelidade da tradição oral encontrada fora das páginas das Sagradas Escrituras.
(Continua)