Por favor, Senhor, guarda o meu pródigo
A Petição de um Pai
Pai, volvo-me para Ti com a minha alma cheia de dor. O meu filho deu ouvidos às falsas promessas do mundo, e optou por voltar as costas à Tua Palavra, andando agora longe de Ti.
Só Tu e eu conhecemos a profundidade da minha tristeza e dor. Eu tento esconder os meus sentimentos das outras pessoas, pois não quero desanimá-las.
Tendo visto como jovem, na minha família, e amigos, as tristes consequências de se viver longe dos Teus caminhos, pedia-Te regularmente ajuda e direcção para a minha própria família.
Tu sabes quantas vezes a minha mulher, que me deste em resposta à oração, e eu, orámos ao lado do berço do nosso filho, para que ele Te seguisse com todo o seu coração. Quase todos os dias fazíamos o culto doméstico e Te dedicávamos assim um tempo devocional familiar.
Sei que passo muitas horas no trabalho, mas Pai, dei muitas vezes do meu tempo e das férias para cuidar espiritualmente da família. Desfrutámos de passeios animados, e discutimos a sabedoria e o valor de uma vida vivida no Teu caminho. Também tivemos sempre como valor primário o envolvimento de toda a família duma forma activa na assembleia.
Pai, juntei-me muitas vezes com o meu filho para ler e estudar a Tua Palavra, e orar. Memorizámos versículos das Escrituras. Servimos pessoas em necessidade.
Porém agora, Pai, quando observo o meu filho a distrair-se com as coisas que o ferem a ele, a Ti, à sua mãe e a mim, e que ferem ainda outras pessoas, fico a pensar se valeu a pena todo o esforço. Sofre-se muito na paternidade!
Contudo, Pai, quem sou eu para Te dizer isto a Ti? Tu tens experimentado um oceano de dor na Paternidade.
Como foi que pudeste criar Adão e Eva, sabendo que mesmo com as melhores condições se desviariam de Ti?
Como pudeste vê-los errar, vendo da Tua elevada posição vantajosa o efeito desastroso que o seu pecado teria sobre milhões de vidas?
Com que agonia deves ter olhado para o incidente de Abraão/Sara/Agar, sabendo que conduziria ao conflito da antiguidade, às cruzadas medievais, à guerra do golfo, aos massacres dos Curdos e outras coisas mais!
Como é que deste tal liberdade a pessoas que, fizeram tão más escolhas?
Através da minha experiência reconheci que a figura chave na parábola que o Senhor Jesus contou em Lucas 15 não é o filho pródigo, mas o Pai amantíssimo, longânimo, expectante. Esse Pai és Tu; e Tu estás a operar no sentido de me ensinar, em pequeno grau, a ser como ele - na realidade, como Tu.
Todavia necessito de Te confessar algo: o meu orgulho. Durante anos, Tu sabes que critiquei secretamente a forma como outros educavam os seus filhos, dizendo para comigo que pela minha parte evitaria os problemas que abalaram as suas famílias, porque eu estava a fazer um trabalho muito melhor com os meus filhos. Perdoa-me este orgulho pecaminoso. A verdade é que nem sequer fiz um trabalho melhor!
Mais uma coisa. Quero agradecer-Te pela Tua graça. Nessa graça perdoaste-me os pecados que só Tu e eu conhecemos, e tens continuado comigo. Estou-Te profundamente grato por isso. Agora, Pai, estás a levar-me a viver e a praticar graça com o meu filho - e como Tu, devo continuar com ele.
Aprecio profundamente a esperança que me deste por meio de pais mais velhos que enfrentaram esta espécie de situação - alguns com filhos intratáveis, outros com filhas transviadas. Têm-me dito como desesperaram quando os seus filhos se desviaram ... mas aqueles pais regozijaram-se quando eles voltaram a si e se volveram para Ti. Conheço alguns desses filhos regressados, e com a Tua graça e o amor de seus pais, têm-se tornado crentes fortes, renovados.
Terá valido o esforço, ao tentar ensinar o meu filho a seguir-Te?
Sim, Pai, sei bem que valeu. Nos anos em que ele crescia deu-me grande alegria e propósito. Eu cresci mais achegado a Ti, no processo da paternidade. E vendo o Teu exemplo, espero um dia olhar para o fundo da rua e ver o meu filho optar por regressar à vida que uma vez conheceu.
Até lá, Pai, guarda, por favor, o meu pródigo!
No nome do Senhor Jesus Cristo te suplico. Amém!