12-05-08 - 50 histórias da Bíblia para crianças, escolhidas pelo famoso Cliff Richard ... e a sua fé

O devoto cantor, que tem tido uma série de êxitos em todo o mundo, espera que o livro encoraje as crianças todas a ler a Bíblia.
“Toda a gente sabe que sou Cristão” disse ele. “Porque não havia de fazer isto? Se isto ajudar a abrir o que para muitos é um livro fechado, ficarei satisfeito.”
"Saber que tantas das nossas crianças estão a crescer virtualmente sem qualquer conhecimento da Bíblia, das suas histórias, figuras e ensinos é demasiado mau. É quase criminoso uma criança nunca ter aberto uma Bíblia,” disse ele.
"Até mesmo a história do Natal ou os eventos relacionados com a Páscoa aparentemente são tudo menos conhecimento comum, e Jesus só tem servido para juras. Como acontece com os Dez Mandamentos … não sabem nada!
"Se isto ... puder levar alguns dos mais novos a conhecer personagens como Moisés, David, Paulo e especialmente Jesus, então serviu o seu propósito.
"E que bónus será se o livro fizer lembrar a alguns pais e mães o que eles têm estado a ignorar durante tantos anos!”
A história de José e a sua túnica de muitas cores, uma das histórias bíblicas favoritas de Sir Cliff Richard, foi incluída no livro juntamente com Jonas, o peixe gigante e a última ceia de Jesus.
A publicação do livro surge depois de um relatório publicado esta semana que revelou que a assistência à igreja na Grã-Bretanha está a diminuir tão drasticamente que o número de assistentes regulares que vão à igreja, dentro de uma geração será inferior ao número de muçulmanos que vão às mesquitas.
Sir Cliff disse que crê que a Bíblia desempenhou uma parte chave na formação da história e na mudança das vidas das pessoas na Grã-Bretanha.
"Isto não se trata de uma opinião, mas de um facto subjectivo,” disse ele.
"A estrutura da moral e da ética do nosso país está baseada nos princípios da Bíblia, e é parte integrante da nossa herança.
"O seu ensino sobre um Deus que nos ama e nos convida a amá-Lo de modo retributivo e a amar o nosso próximo como a nós mesmos, tem redireccionado as vidas dos pobres e dos poderosos de todo o mundo.”
A andar como têm andado as coisas, se não houver uma inversão, que todos, como Cristãos, queremos e cremos que haja, em 2050, a Grã-Bretanha terá 2.660.000 muçulmanos praticantes, número três vezes maior que o de cristãos praticantes, revela o estudo da Christian Research que tem por título, "Tendências Religiosas".
O relatório atrás referido, baseado na comparência das pessoas em todas as igrejas ou templos religiosos na Grã-Bretanha, explica que actualmente quase quatro milhões de pessoas vão pelo menos uma vez por mês à Igreja, seja Anglicana, Católica ou de outras denominações, e que este número cairá para 899.000 numa geração.
Por outro lado, o número de muçulmanos que comparecem a uma mesquita aumentará de um milhão actualmente, para 1,96 milhão em 2035, destaca o documento sobre as práticas religiosas na Grã-Bretanha.
Para as igrejas, esta queda na assistência significa que as mesmas "não serão viáveis financeiramente", acrescenta o estudo.
"A falta de recursos arrecadados para apoiar a infra-estrutura das igrejas obrigará o encerramento de muitas delas", diz o relatório, que calcula que cerca de 4.000 igrejas poderão fechar suas portas no Reino Unido até 2020, caso o número de cristãos praticantes continue a cair.
Dados recentes da Igreja Anglicana indicam que menos de um milhão de pessoas vão às Igrejas aos domingos.
Segundo as últimas estatísticas, 1 milhão e 600 mil muçulmanos vivem no Reino Unido, comparados com 41 milhões de cristãos professos. Contudo, os especialistas concordam em assinalar que os muçulmanos são mais praticantes na sua religião.
O censo de 2001, que é o mais recente, indica que mais de metade dos muçulmanos respondeu que rezava diariamente. Comparativamente 6,3% dos cristãos indicam que simplesmente vão à igreja uma vez por semana.
Cliff Richard disse que a Igreja de Inglaterra poderia vencer as suas presentes dificuldades relativamente ao declínio da assistência se passasse a fazer uma abordagem simples, e não intelectual, à fé.
"Tive sempre uma aproximação simples à fé, e isto porque ela, para mim, é muito simples", disse ele numa conferência de imprensa a uma série de jornalistas, a maioria dos quais Cristãos, no Hall Central da Igreja Metodista em Westminster, em Londres.
Sir Cliff, devido aos seus muitos êxitos, só batidos por Elvis Presley e os Beatles, foi recentemente nomeado pelo Jornal Popular da Música da Academia de Cambridge como um messias dos últimos dias com características semelhantes às de Jesus Cristo. Mas o pop star tornou claro na conferência de imprensa que ele vê-se simplesmente como um mero seguidor de Jesus, e não como um potencial salvador da igreja.
Referindo-se ainda à notícia do declínio da fé em Inglaterra ele disse:
"A Igreja tem de permanecer relevante. Jesus é eternamente relevante. A igreja nem sempre é. ... Muitas vezes admiro a América, pois eles têm uma espiritualidade que parece que nós perdemos. Quando o 11 de Setembro aconteceu a primeira coisa que Bush fez foi chamar a América à oração." Ele acrescentou: "Talvez tenhamos perdido esse toque simples, esse simples saber que Deus existe, e que nos podemos aproximar d'Ele."
Outro problema para as igrejas é que a Grã-Bretanha se tornou num país multiracial e multicultural. Apesar da liberdade religiosa ser uma coisa boa, se as igrejas quiserem crescer, segundo ele, "têm que se tornar mais combativas e provarem que a sua fé é relevante, e que a sua filosofia é racional, viável e relevante. Creio que a igreja não será destruída. Nós ainda podemos conseguir inverter a tendência".
Cliff revelou que os direitos de autor do projecto serão doados ao seu fundo de caridade.