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Servindo entusiasticamente,
com amor e temor,

para em tudo te enriquecer em Cristo, em toda a Palavra, em todo o conhecimento (1 Coríntios 1:5).

Testemunhos

Pedro Cândido

Breve testemunho acerca de como se converteu a Cristo e de como tem sido a sua vida ao Seu lado.

José Jacinto Carvalho

Conversão significa mudar de vida e a minha vida mudou mesmo.

Jorge da Silva

Como a graça de Deus o conduziu à salvação em Cristo. Ouve o seu testemunho até ao fim.

Sermões e Estudos

Carlos Oliveira 14MAR25
Inescusável

Tema abordado por Carlos Oliveira em 14 de março de 2025

Marcio Botas 09MAR25
A importância da Palavra

Tema abordado por Márcio Botas em 09 de março de 2025

Carlos Oliveira 07MAR25
Alcoolismo trágico

Tema abordado por Carlos Oliveira em 07 de março de 2025

Estudo Bíblico
1 Timóteo 2:1,2

Estudo realizado em 12 de março de 2025

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11-05-08 - Logos Hope: novo navio missionário

Logos Hope leva o Evangelho a várias nações no mundo     Navios Missionários: HÁ 37 ANOS, EQUIPAS USAM O MAR PARA LEVAR CONHECIMENTO, AJUDA E ESPERANÇA POR TODO O MUNDO.

     "Quatro navios, 140 países, 1.100 portos visitados, mais de 500 pessoas a bordo e 35 milhões de pessoas impactadas pelo Evangelho. Há décadas, centenas de voluntários - em treinamento missionário - trocam as suas casas, deixam as suas famílias e empregos, para viverem uma vida nómada e sem privacidade, a fim de se dedicarem integralmente à tarefa de levar o Evangelho às nações. O preço pode ser alto, mas a recompensa extrapola as expectativas".

     “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura”. Foi este o lema que, há 50 anos (1957), motivou um grupo de jovens estudiosos da Bíblia, da região de Chicago (EUA), a mobilizar uma equipa de voluntários cristãos para passar as férias no México, distribuindo folhetos com mensagens de edificação espiritual. Evangelizar nações através da literatura cristã era o sonho daqueles rapazes. Porém, entre a idealização e a prática, uma imensa barreira se transpunha. Não havia recursos nem mesmo para cruzar a fronteira, quanto mais para atravessar o Atlântico. Era necessário, ao menos, um veículo para carregar a bagagem.

     Mas o projecto obteve o apoio da equipa de intercessão da igreja local e em algumas semanas a petição foi atendida. O dono de uma frota de camiões ofereceu ao grupo, gratuitamente, um dos seus veículos, e o que era sonho se tornou realidade. Em poucos dias, o automóvel doado, embora quase sem condições de uso, viajava milhares de quilómetros levando jovens apaixonados por Cristo para dar início àquele que seria o ponto de partida do trabalho global da OM (Operação Mobilização).

     Com o objectivo atingido, os olhares voltam-se para a Europa. Era o início da década de 60 quando esses mesmos jovens, já formados, levando mochilas e sacos de dormir, partem como andarilhos pelo continente europeu. Dormindo em barracas, no chão de igrejas, onde fosse necessário, estavam convencidos de que o projecto era de Deus e que impactaria vidas por todas as nações.

George Verwer foi o fundador da OM     Mas o transporte permanecia um dilema. Nada de aviões ou viagens confortáveis. Os recursos provenientes de doações garantiam estritamente o necessário para a sobrevivência. Só que isso não foi motivo para desistir. A equipa queria formar cada vez mais e mais discípulos. Com o apoio das igrejas locais, o grupo abriu trabalhos no norte da África, no Médio Oriente e, em 1963, depois de quase dois meses de viagem – numa camioneta velha e amassada – a equipe finalmente chegou à Índia. Um percurso que fez o norte-americano George Verwer – líder fundador da instituição – repensar toda a logística, os custos elevados e o precioso tempo desperdiçado em longos trajectos. Essas reflexões geraram a ideia de comprar um navio, que além de tornar acessíveis os custos das viagens, poderia atingir um número maior de países e ainda optimizar o tempo gasto a bordo, com palestras e treinamento intensivo para novos missionários.


LOGOS: O PRIMEIRO NAVIO

     Depois de sete anos de procura, em 1970, a OM comprou por 175 mil dólares o navio dinamarquês Umanak, numa negociação considerada milagrosa, já que os recursos disponíveis em caixa pagavam pouco mais de metade do valor solicitado. Mas, em alguns meses, o navio, agora reformado e registado com o nome Logos (palavra Grega que significa verbo, ou palavra), fez a sua viagem inaugural do porto de Roterdão, na Holanda, navegando pelo Rio Tamisa até chegar à capital inglesa. No primeiro dia aberto à visitação, cerca de 1.600 pessoas visitaram as suas instalações. Porém, era hora de partir.

     E um questionamento inquietou a liderança: como convencer as autoridades, sobretudo de países de religião muçulmana em África ou na Ásia, de que esse navio era algo que poderia trazer proveito às pessoas e à própria nação? Foi a ideia de um navio-livraria, com uma mostra de livros educacionais a bordo, que pareceu ser a melhor alternativa. “Se fosse estritamente um navio de evangelismo, muitos países não dariam permissão para que a embarcação atracasse nos seus portos. Mas, possuindo uma mostra de livros educacionais, as portas seriam facilmente abertas”, afirma o director da OM Brasil, pastor Julio Moromisato.

     Assim, com muitos voluntários cristãos de diferentes idades, profissões e nacionalidades, o Logos começou o seu trajecto ao redor do mundo levando conhecimento, ajuda e esperança às nações. A venda de livros mostrou bons resultados e os seus lucros foram fundamentais para auxiliar no subsídio dos custos da embarcação, já que muitas pessoas não dispunham de entradas suficientes para suportar as suas despesas. O ministério vingou e logo excedeu todas as expectativas da organização.


ACONTECIMENTOS IMPORTANTES

1971 – O navio Logos deixa o porto de Londres e navega a partir da Europa, via África, para a Índia e o Leste Asiático. Os conceitos básicos de como usar um navio para evangelismo e treinamento ministerial começam a ser desenvolvidos.

1974 - As tropas Americanas saem do Vietname e o Logos recebe permissão para navegar através do rio Mekong para dentro de Saigão, a capital. Multidões aceitam Cristo nos cultos realizados ao ar livre. Enquanto o navio, vagarosamente deixa o porto, centenas de pessoas permanecem em pé, chorando à beira do cais. Pastores enviam convites para que o ministério retorne, mas os exércitos tomam a cidade e as portas são novamente fechadas.

1977 - Durante a conferência anual de líderes na Bélgica a liderança internacional da OM anuncia a compra de uma segunda embarcação. Em Outubro, o navio italiano França C é adquirido e recebe o nome Doulos (palavra Grega que significa escravo). O trabalho de evangelismo e treinamento em missões pelos 5 continentes intensifica-se ainda mais.

1980 – O navio Logos salva 93 barcos de refugiados Vietnamitas que estavam à deriva no mar.

1981 – O navio Logos recebe autorização para atracar em Xangai, na China comunista e faz uma recepção oficial a bordo, para uma exibição de livros de Pequim.

1984 - Ambos os navios encontram-se em Belfast, na Irlanda do Norte.

1988 - Às 23h 55min do dia 4 de Janeiro, a tripulação do Logos, é surpreendida pelo terror. Em Tierra del Fuego, o navio rasga o casco depois de bater nas rochas submersas da região, e encalha nas águas costeiras do Chile. Milagrosamente, todos os tripulantes são resgatados sem nenhuma baixa ou feridos. Por quase 18 anos, o navio fez mais de 400 visitas a 258 portos em 103 países, entre os quais, os portos de Leixões e Lisboa, em Portugal. Nestes locais, milhares de pessoas foram impactadas pelo Evangelho, outras tantas entregaram as suas vidas a Jesus. Neste mesmo ano, a OM providencia a compra do Logos II, um navio com camarotes para 200 pessoas. O trabalho de missões, não pára.

1991 - O ministério passa por uma batalha espiritual intensa. Durante uma apresentação cultural da equipe do Doulos, em Zamboanga nas Filipinas, duas granadas são lançadas para os integrantes da tripulação. As jovens - Sofia Sigfridssom da Suíça e Karen Goldsworthy da Nova Zelândia - são mortas, e outras 30 ficam feridas. O Doulos muda drasticamente o seu curso.

1994 – Os navios Doulos e Logos II encontram-se em Toulon na França para um evento internacional da OM.

1997 – O navio Logos II enfrenta furacões no México. O navio navega para Acapulco logo depois do furacão Pauline devastar algumas cidades. A tripulação envolve-se, arduamente no trabalho de ajuda humanitária.

1998 - A equipa do Doulos ministra a centenas de órfãos durante a primeira visita histórica a Yangon, Myanmar (antiga Birmânia).

1999 - A visita do Doulos à Ilha de Boungaiville, Papua, Nova Guiné, estabelece o inicio de conversações de paz entre o governo da ilha e as facções rebeldes, após uma década de conflitos civis.

2000 – O navio Logos II ministra no Oeste da África, mas alguns portos recusam-se a autorizar a entrada do navio. Apesar disso, Monróvia e Libéria abrem as portas para o evangelização.

2004 – O navio Logos Hope (Palavra de Esperança) é comprado para substituir o Logos II.

DEZ 2007 - Ano em que a OM comemora o seu jubileu, a tripulação do Logos II faz transbordo para o Logos Hope, no porto de Kiel na Alemanha. O navio, zarpa em Abril de 2008 para a Dinamarca. É o maior navio-livraria flutuante do mundo. Com camarotes para 500 tripulantes, e sala de conferência para cerca de 1000 pessoas, será o substituto do Logos II. Enquanto isso, o navio Doulos segue o seu trabalho nas Filipinas, um arquipélago composto por 7100 ilhas.


Doulos e Logos IIPRÓS E CONTRAS DA VIDA A BORDO

     Durante 37 anos de ministério, os navios já visitaram 1.100 portos em 140 países e abriram as portas do Evangelho a mais de 35 milhões de pessoas. Diante de todo este sucesso, quem está de fora interroga-se: Como será a vida a bordo? Quais são as perdas e os ganhos dessas pessoas? Numa época em que o materialismo move o mundo, o que faz centenas de voluntários das mais diversas nacionalidades, idades e profissões deixarem as suas casas, famílias e, muitas vezes, excelentes empregos, para se dedicarem integralmente à tarefa de fazer missões?

     À partida, o turismo parece ser o elemento motivador. Afinal, passar um dia na Croácia, Malta, Montenegro ou Albânia e outro em Hong Kong, Islândia, Grécia, Chipre, Itália, ou qualquer outro país que possa ser aportado, deve ser muito gratificante. Num mês visita-se igrejas, hospitais, conhecendo a cultura dos exóticos habitantes das cerca de 13 mil ilhas do arquipélago indonésio, noutro mês, restaura-se templos, visita-se escolas e orfanatos, sob o rigoroso Inverno dos pólos ou do calor quase insuportável dos trópicos.

     Na verdade, todos os entrevistados nesta reportagem foram enfáticos em dizer que o turismo é realmente magnífico, mas falha como motivação principal, sobretudo quando as renúncias começam a ser evidenciadas. “Não foi fácil largar tudo para vir para cá”, afirma a assessora de imprensa do Navio Doulos, a jornalista brasileira Marli Tirelli, 37 anos, que há 10 meses vive a bordo, na companhia seu marido, Alfonso Tirelli, um suíço especialista em Engenharia Automotiva. “Sempre quis fazer parte de um trabalho humanitário. Então, decidi dedicar dois anos da minha vida como voluntária nesse projecto. Antes de vir para o navio, eu trabalhava nos Emirados Árabes para a Câmara de Comércio da França, e o meu marido, como Conselheiro Técnico para as Forças Armadas do País. Mas decidimos pedir a demissão dos nossos empregos e viemos para cá. Deixámos um apartamento de 150m² para morarmos num camarote de 10m². No começo, foi um choque para mim. A falta de espaço foi a parte mais difícil da adaptação”.

     Celina Rodrigues, brasileira, 28 anos, também compartilha as suas experiências. “Entrei em crise logo após terminar o mestrado, pois não sabia o que fazer da minha vida. Conseguiria um bom emprego, faria o doutoramento ou iria para missões?” A última opção parecia a mais improvável, mas foi a que aconteceu. Celina, que está no Logos II há 14 meses, conta que vendeu o carro e os móveis do apartamento e partiu para missões, seguindo a direcção de Deus. “Hoje, rio-me de tudo aquilo. Viver aqui é uma experiência transformadora que abre a nossa visão para o mundo e muda as nossas prioridades de vida completamente. Isso não tem preço e vale mais do que qualquer renúncia”.

     Para Giordanni de Carvalho, ex-director de recursos humanos do Logos II e agora pastor comunitário responsável pelas células dentro do Logos Hope, “é preciso ter uma visão extremamente focada em missões para compensar todas aquelas coisas de que a gente abre mão quando vem para o navio”. Ele, que é Brasileiro de Nova Friburgo (RJ), entrou no Logos II em Porto Alegre (RS), no ano de 1991, quando tinha apenas 21 anos. “Eu não conhecia o navio, e quando vi o meu camarote, achei melhor do que um hotel 5 estrelas. Porém, diferentemente da juventude que chega hoje, naquela época eu não fazia a menor ideia do que era o navio e o trabalho de missões. Lembro que nos primeiros dias, apesar de estar maravilhado com a diversidade cultural, pois convivia com pessoas de cerca de 35 nacionalidades, me sentia muito mal porque não falava nem inglês – a língua oficial do navio – nem espanhol, e a minha vontade era voltar para casa. Só não retornei porque sabia da chamada de Deus para minha vida, apesar de em alguns momentos ter pensado que aquilo podia ser um equívoco da minha parte”. Carvalho continua a sua história com emoção: “Nos cursos de evangelismo e de adaptação cultural, eu não entendia absolutamente nada”.

     Mas, em pouco tempo, ele já arriscava as primeiras frases. E no quinto mês a bordo, por ordem da direcção, integrou a equipe de line up – um grupo de duas ou três pessoas que viaja com uma antecedência de 3 meses para os países onde o navio irá atracar a fim de conseguir as autorizações do porto, providenciar toda a documentação para o serviço de imigração e alfândega, além de mobilizar a igreja local, agendando conferências, programações culturais e visitas de escolas.

     Carvalho era para ter ficado apenas 4 meses, mas acabou por se destacar nas suas funções e ficou 5 anos a bordo. Pouco antes de retornar ao Brasil, ainda na França, conheceu uma jovem finlandesa que havia sido voluntária no Logos II por 9 meses. Um dia antes de se despedir, firmou um compromisso de noivado. Nos anos seguintes, casou-se, morou por 7 anos na Finlândia, retornou ao Brasil, fez outros line up para a OM, teve 4 filhos e, a convite da OM Finlândia, em Dezembro de 2006, retornou com toda a família para o Logos II, para assumir a direcção de Recursos Humanos do navio. Agora, depois de ter visitado mais de 40 países, Carvalho pode ser considerado um poliglota – fala fluentemente o inglês, o espanhol e o finlandês, e estuda alemão. Ele assumiu a liderança pastoral de células dentro do Logos Hope e descreve a sua nova residência: “Neste navio tudo é bonito. É imenso, tem 9 andares, camarotes para 500 pessoas, e o meu camarote tem 3 divisões e um banheiro. O quarto de casal, o quarto das crianças e um outro quarto que fiz de sala. Agora, estamos a aprontar os detalhes finais para a grande partida em Abril de 2008 para a Dinamarca”.

     A vida no navio é assim: cheia de prós e contras, seja por medo, seja pelas incertezas sobre o futuro. Há quem tenha dificuldades de adaptação. Há outros que afirmam ter conforto e privacidade de sobra mesmo no meio de tanta gente.

     Vivian Sekkel, 27 anos, formada em Enfermagem mas actuando como Assistente da Gestão de Projectos do navio Doulos, é exemplo disso: “Os meus primeiros dias não foram muito difíceis para mim. Fui bem recebida na livraria, no meu camarote e, antes de chegar ao navio, tive 2 semanas de treinamento na Tailândia com um grupo de 80 pessoas que também chegaram comigo. Não me lembro de ter que lidar com a solidão. O facto de já ser fluente em inglês também ajudou bastante. Sei que passei por um choque cultural, mas em nenhum momento foi uma experiência desagradável ou traumática. Na verdade, amo o Doulos e sempre me senti em casa desde o início. O que realmente faz a diferença é a nossa atitude”.

     Para Sekkel, a vida em comunidade é um privilégio. “Desde que cheguei, moro no mesmo camarote, mas já tive 6 companheiras de diferentes nacionalidades. Três terminaram o seu compromisso e foram para casa. Actualmente, moro com uma japonesa, uma polaca e uma amiga que vem das Ilhas Faraó. A minha cama tem uma cortina. Se quero mais privacidade, é só puxá-la! Não tenho vontade de estar em casa, no meu quarto, porque agora esta é a minha casa”.

     Apesar das aparentes dificuldades, todos, sem excepção, deixam bem claro que não abrem mão da vida que levam em troca de qualquer conforto ou privacidade. “O navio é a verdadeira escola da vida, pois prepara-nos para qualquer situação a bordo”, afirma a francesa Mireille Georgel, 23 anos, há 10 meses no Logos II. “A minha visão do mundo abriu-se. Aprendi que mesmo sendo de diferentes culturas, nós ainda podemos aprender uns com os outros. Só temos que aceitar que a nossa cultura não é a única certa. Aprendi a admitir as minhas fraquezas, a perdoar, a rir, ao invés de fazer uma tempestade por coisas que não têm tanta importância”.

     Dessa forma, a OM tem marcado não só a vida de milhões de pessoas em países que visita, como tem impactado milhares de voluntários que durante estes 37 anos têm dedicado um período das suas vidas ao ministério da evangelização. Quem está a bordo não quer sair. Quem já saiu deseja voltar. “Sem dúvida, foi a melhor época da minha vida”, afirma o pastor Olavo Nunes Neto, 26 anos, que passou 24 meses a bordo do Logos II. “O ministério no navio moldou o meu carácter. Transformou-me numa pessoa muito melhor. Posso dizer que houve tempos de deserto. Não que eu tenha passado fome ou frio. Não, Deus sempre proveu tudo. Mas foi o momento em que estávamos eu e Deus, e o meu carácter foi provado e testado. Conheci melhor as minhas forças e fraquezas. E isso tem-me auxiliado muito hoje, no ministério.

     A experiência transcultural fez-me amadurecer. Conhecer outras culturas, costumes, realidades e fé engrandece o ser humano. Deixamos de nos preocupar com a conta da luz para dar valor a coisas mais importantes da vida”. Hoje, Nunes Neto é casado com a argentina Antonella Bongarat – eles conheceram-se a bordo do Logos II –, mora em Porto Alegre (RS) (Brasil) e é pai de Joanna, 5 meses.

     Assim como Marli, Celina, Giordanni, Vivian, Mireille e Olavo, cada uma das mais de 12 mil pessoas que estão ou já estiveram como missionários a bordo dos 4 navios da OM, têm muitas histórias para contar. Situações inusitadas, assustadoras, outras até engraçadas, mas sempre inesquecíveis. Só que eles precisam de voltar para os seus postos, cedendo lugar a outras pessoas cujas chamadas sejam a vida missionária. Muito já foi realizado, mas há milhões de vidas que ainda precisam de ouvir o Evangelho.

     Hoje, a Operação Mobilização tem cerca de 4.500 voluntários a trabalhar em 106 países, levando Cristo através de diversos projectos humanitários, da literatura, das artes criativas, do estudo da Bíblia, vídeos, cursos por correspondência etc. Onde houver necessidade, lá estará a OM, mobilizada para ajudar pessoas e instituições. Em terra ou mar, vale a pena dedicar mais amor às missões.



TEMPESTADE, 10 MIL DÓLARES E MILAGRES

     No verão de 1992, o navio Logos II chegou ao porto de Punta Renas, no Chile. O capitão recebeu uma mensagem via rádio que nos deixou em suspense. Uma tempestade estava a chegar. E não há nada pior para um navio do que uma tempestade num porto. Quando ele está em alto mar, as ondas são perigosas, mas raramente conseguem afundar um navio. No porto, elas atiram com os navios contra o paredão. Por isso, qualquer capitão evita estar aportado durante uma tempestade. O mais correcto é deixar o porto quando uma tempestade é anunciada.

     O problema é que o motor ou os motores dos navios não são como os de outros veículos. Eles precisam de ser aquecidos por várias horas antes da partida. Neste caso, não tínhamos tempo. O nosso capitão decidiu ficar atracado e mandou-nos segurar o navio com o máximo de cordas. Eu trabalhava no convés e tive a tarefa de, com outros marinheiros, fortificar as amarras do Logos II. Lembro-me do frio imenso que fazia, apesar de ser Verão. Outros capitães decidiram fazer o que parecia correcto: deixar o porto. Vários navios começaram o processo normal de partida, as amarras foram soltas e, pouco a pouco, os navios iam saindo.

     Infelizmente, aconteceu o que nosso capitão temia. Os motores frios não suportaram e morreram. A tempestade já era evidente. As ondas eram super altas e violentas. Eu estava a bordo do Logos II e não podia crer no que via. Tudo começou de repente. Os navios que tentaram partir começaram a ser arremessados violentamente contra o porto. Havia pânico e um medo profundo tomou conta de todos. Um navio estava preso ao porto por uma única corda e isto não foi nada bom. Arremessado contra o paredão, ele ficou com um enorme buraco na proa e podíamos até ver o seu interior.

     Outros barcos de madeira menores foram atirados contra o porto e dois foram completamente destruídos. Vimos barcos afundarem-se como se fossem de papel. Um dos marinheiros de uma embarcação a nosso bombordo tentava segurar os contentores, mas uma onda veio subitamente e o seu braço foi esmagado. Nesse dia, quatro marinheiros perderam as suas vidas.

     Para nossa surpresa, nada aconteceu ao Logos II. Na verdade, estávamos a assistir a esse caos como se estivéssemos numa outra dimensão, pois nem sentimos as ondas, tão firmes estávamos. Mas apercebemo-nos de um navio que já estava para ser arremessado contra o paredão a uns 300 metros. Ao ver seu destino certo, o nosso capitão ordenou que lançássemos uma corda e os ajudássemos. Com o auxílio do nosso homem de máquinas, conseguimos trazer o navio ao cais, onde ele pôde ser amarrado. Após a tempestade, a companhia dona do navio que resgatámos doou 10 mil dólares à OM, que foram repassados às famílias que perderam os quatro marinheiros. Para mim, a maior lição desse dia foi ver o livramento de Deus e como Ele cuida dos seus, pois apesar do caos fora do nosso navio, estávamos seguros como se estivéssemos nas mãos de Deus. 

Giordanni de Carvalho
ex-director de recursos humanos do Logos II
actual pastor comunitário no Logos Hope.

     OM (Operação Mobilização) Internacional - Operação Mobilização) Portugal



PROGRAMAS PARA ENTRADA NO NAVIO

• GLOBAL ACTION – Um programa de 2 anos de treinamento missionário para casados e solteiros, maiores de 18 anos, que tenham sido aprovados no Curso Missiológico da OM.

• GLOBAL SERVICE – Um programa para aquelas pessoas que queiram executar a sua profissão a bordo. Há uma lista de funções solicitadas no portal da OM. 

• STEP PROGRAM – Para aqueles que desejam apenas conhecer o ministério. A sua duração varia de 3 a 6 meses.Obs.: É exigência da OM que todos os voluntários sejam fluentes em inglês. A instituição oferece treinamento imersivo no idioma antes da entrada nos navios.


MAIS SOBRE MISSÕES SOBRE O MAR

NAVIO DOULOS

     Construído em 1954, o MV Doulos é o mais velho navio de passageiros ainda em actividade no mundo. Trezentos e cinquenta voluntários provenientes de cerca de 50 países trabalham e vivem numa área de 130 metros de comprimento por 16 metros de largura. A partir de 2010, o Doulos aposentar-se-á. Pelas regulamentações da Marinha Internacional, todos os navios construídos com partes em madeira não poderão navegar mais. A OM já discute a possibilidade de substituição desse navio.


NAVIO LOGOS HOPE

     Com camarotes para 500 pessoas a bordo, é o maior navio-livraria flutuante do planeta.

LIVRARIA
     A livraria a bordo transporta cerca de 6 mil títulos consignados e oferece literatura no idioma da região em que expõe.

EDUCAÇÃO
     Em cada um dos navios, há uma escola que disponibiliza todas as séries do ensino fundamental. As disciplinas são leccionadas por professores habilitados. O currículo é em inglês e reconhecido pelo governo britânico.

TRABALHO
     Todos os voluntários, apesar de serem patrocinados por amigos ou igrejas com cerca de 450 dólares por mês, trabalham 8 horas por dia, 5 dias por semana em funções pré-estabelecidas pelo comando do navio. As funções são inúmeras, mas podem ir de limpeza a liderança de algum departamento. Como numa empresa normal, no fim do primeiro ano, o tripulante recebe 30 dias de férias.

PASSEIOS 
     As regras variam conforme a segurança do porto, que pode ser de nível 1, 2 e 3. Mas, em geral, os passeios estão autorizados fora do horário de trabalho do tripulante.

ALIMENTAÇÃO 
     Café da manhã, almoço, lanche e jantar. As refeições são feitas no refeitório comunitário, estritamente nos horários preestabelecidos pela organização.

CASAIS 
     Os casais normalmente recebem a incumbência de adoptarem um filho no navio, que pode ser um jovem. Ele participa dos devocionais da família e os seus pais adoptivos recebem a incumbência de cuidar dele. 

Por Oziel Alves

FRUINDO DA ADMIRÁVEL GRAÇA DE DEUS,
A NOSSA MISSÃO É AJUDAR TODOS 
A USUFRUIR DA MESMA GRAÇA.

"... vos exortamos a que não recebais a graça de Deus em vão" (2 Coríntios 6:1).
Se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus ... (Efésios 3:2)
"... que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar
a ação de graças para glória de Deus" (2 Coríntios 4:15).
"Porque pela graça sois salvos ..." (Efésios 2:8).

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