15-02-2019 - Número de Índios convertidos a Cristo aumenta e reacende polémica sobre evangelização
Para os cristãos, o evangelismo é uma comissão diviva: "... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos pois da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus" (2 Coríntios 5:19,20).
Como resultado, diversos povos indígenas já foram alcançados pela mensagem de salvação que há em Cristo, transmitida por missionários. O Instituto Datafolha (Brasil), por exemplo, revelou em 2018 que o número de índios que se declaram cristãos cresceu 32%, uma taxa de crescimento maior do que a nacional.
Com isso, uma polémica já antiga vem sendo levantada novamente, que é sobre o evangelismo das tribos isoladas. Ao todo, cerca de 102 etnias não alcançadas pelo Evangelho ainda restam no Brasil.
Até então a Funai (Fundação Nacional do Índio) proibia o contacto com esses povos, mas com a vitória de Jair Bolsonaro para a Presidência da República e o comando de Damares Alves no ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, isso pode mudar.
“Na cultura indígena, o Evangelho vem para valorizar a pessoa, tirar coisas que entraram de fora como o álcool e as drogas e reforçar a cultura inicial, que é de uma família bem estabelecida”, esclareceu o pregador Juliano Modolo, segundo a Folha de São Paulo.
Apesar de alguns críticos afirmarem que a ação dos missionários prejudicaria a sobrevivência da cultura dos povos indígenas, os próprios índios que já foram convertidos e até se tornaram líderes cristãos nas suas aldeias, contestam tal ideia.
“Eu sempre fui e continuo a ser índio, vivendo da mesma forma”, disse o pregador Jonas Reginaldo, da aldeia Limão Verde. Já o pregador Edimar Pereira, que também é índio e ancião de uma igrera na aldeia Córrego do Meio, apresenta um raciocínio muito simples, porém, muito coerente:
“Apresentar o Evangelho é um risco para a sociedade indígena, mas ter uma antena parabólica, não?”, questiona.