Atos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO XXXII – Atos 18:1-22 (11)

Acts dispensationally considered

 

PAULO VOLTA DE NOVO A JERUSALÉM

    “E Paulo, ficando ainda ali muitos dias, despediu-se dos irmãos e dali navegou para a Síria e, com ele, Priscila e Áqüila, tendo rapado a cabeça em Cencreia, porque tinha voto.

     “E chegou a Éfeso e deixou-os ali; mas ele, entrando na sinagoga, disputava com os judeus.

      “E, rogando- lhe eles que ficasse por mais algum tempo, não conveio nisso.

     “Antes, se despediu deles, dizendo: [É-me de todo preciso celebrar a solenidade que vem em Jerusalém; mas][1] querendo Deus, outra vez voltarei a vós. E partiu de Éfeso.

     “E, chegando a Cesareia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia.

- Atos 18:18-22

O VOTO DE PAULO

     Depois de Paulo ter completado um ano e seis meses em Corinto, “despediu-se dos irmãos”, isto é, despediu-se deles e “navegou” (Lit .: “zarpou”) para a Síria. Com ele, em parte desta jornada, foram Priscila e Áquila. Quaisquer que tenham sido as razões para deixar Corinto e acompanhar Paulo tão longe quanto Éfeso, Deus estava nisso, pois eles foram usados posteriormente para transmitir luz espiritual a um homem de Deus, nem mais nem menos do que o grande Apolo (Ver. 26).

     O que Paulo fez em Cencreia,[2] antes de partir para a Síria, apresenta um problema complexo.

     Havia vários votos que uma pessoa poderia fazer a Deus sob a lei mosaica (Deuteronómio 23:21,22), mas o que envolvia deixar o cabelo crescer durante o prazo do voto e rapá-lo novamente na sua expiração era o voto de nazireado, em que a pessoa se consagrava ao Senhor de uma maneira especial por uma semana, um mês, um ano ou qualquer período designado de tempo (Núm. 6:1-21). Este parece ter sido o voto que Paulo havia feito e que terá expirado em Cencreia.

     Este voto, no entanto, deveria ser consumado à “porta do tabernáculo” em Jerusalém, onde sacrifícios de sangue deveriam ser oferecidos e o cabelo, que não havia sido cortado durante o período de consagração, deveria ser rapado e também oferecido em sacrifício.

     No registo dos Atos é-nos dito que Paulo tinha “rapado a cabeça em Cencreia, porque tinha voto”, e também que se apressou em “celebrar a solenidade[3] que vem em Jerusalém” (Vers. 18,21).

     John Kitto está, portanto, provavelmente correto ao explicar que “como estes [sacrifícios] não poderiam ser oferecidos fora de Jerusalém, aqueles que faziam este voto em locais no estrangeiro, faziam as suas ofertas na sua visita seguinte à cidade santa” (The Apostles and The Early Church, P. 382) [Os Apóstolos e a Igreja Primitiva].

     A importante questão sobre se Paulo estaria a seguir as instruções de Deus ao fazer um voto envolvendo sacrifícios de sangue, ou a observar uma festa Judaica em Jerusalém, ou mesmo ao ir a Jerusalém, será discutida em detalhe num capítulo posterior, mas aqui podemos dizer que, embora seja verdade, como alguns indicam, que o fazer um voto de nazireu era um assunto totalmente voluntário e não uma ordenação da lei, os sacrifícios de sangue envolvidos nesse voto eram definitivamente e minuciosamente controlados pela lei (Núm. 6:1-21).

     Alguns salientam que a linguagem, no original, pode ser interpretada como significando que foi Áquila quem fez o voto[4], mas isto parece evidente demais como sendo uma tentativa para escapar a uma dificuldade.

     No versículo 19, parece que, ao chegarem a Éfeso, o grupo separou-se e somente Paulo entrou na sinagoga. Nenhuma razão é dada para tal, mas é possível que assuntos prementes tenham detido Áquila e Priscila durante esses primeiros dias em Éfeso.

     O que é mais singular é o facto de que o apóstolo não continuou a ministrar aos Judeus nesta sinagoga, apesar de terem insistido para que ele ficasse, pois na verdade era raro ele encontrar portas tão abertas. Mas como sabemos, ele estava com pressa em chegar a Jerusalém; por isso, recusando o seu convite, “se despediu deles, dizendo: [É-me de todo preciso celebrar a solenidade que vem em Jerusalém; mas][5] querendo Deus, outra vez voltarei a vós” (Vers 20,21).

     Estranhamente, porém, um véu é lançado sobre a sua visita a Jerusalém e a dedução é que a sua permanência ali foi extremamente breve. O registo apenas afirma que “chegando a Cesareia, subiu a Jerusalém e, saudando a igreja, desceu a Antioquia” (Ver. 22). Não nos é sequer dito se ele chegou a Jerusalém a tempo da festa; na verdade, a linguagem pode bem implicar o contrário.

     É estranho, também, que nada seja dito sobre qualquer receção ou exercício das suas atividades em Antioquia, de onde, cerca de três anos antes, ele havia começado com Silas a “visitar os irmãos”.

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[1] Versão Almeida Corrigida Fiel.

[2] O porto oriental de Corinto, onde uma igreja pode já ter sido estabelecida (veja Romanos 16:1, sugestão do tradutor).

[3] Tem sido debatido se era Páscoa ou Pentecostes.

[4] A Vulgata Latina adota essa interpretação, mas a Siríaca e a grande maioria dos textos e traduções rejeitam-na.

[5] Versão Almeida Corrigida Fiel.

 

 

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