02-08-08 - Homem do Hamas converte-se e diz: "Deixei uma sociedade que santifica o terror"
Por Avi Issacharoff
Um instante antes de começar a sua ceia, Masab, filho do líder do Hamas na Margem Ocidental do Jordão, o Sheique Hassan Yousef, olha de relance para o amigo que o acompanha no restaurante onde nos encontrámos. Eles cochicham umas palavras e depois dão graças, agradecendo a Deus e Jesus por terem comida nos seus pratos.
Escassos segundos facultam este quadro: O filho de um membro do Parlamento do Hamas - a figura mais popular na organização extremista Islâmica -, um jovem que assistiu o seu pai durante anos nas suas actividades políticas, tornou-se num soldado raso Cristão. “Agora chamo-me José,” diz ele no início.
Ele não tenta esconder a sua afeição por Israel, nem a sua repulsa por tudo o que representa o ambiente em que ele cresceu: a nação, a religião, a organização.
“As minhas saudações para Israel. Tenho saudades. Respeito Israel e admiro-o como país,” diz ele.
“Vocês Judeus devem ter bem consciência de que nunca, mas nunca, terão paz com o Hamas. O Islão, como ideologia que os guia, não lhes permitirá alcançar um acordo de paz com os Judeus. Eles crêem que a tradição diz que o Profeta Maomé combateu contra os Judeus e que portanto eles devem continuar a combatê-los até à morte.”
Será essa a justificação para os ataques suicidas?
“Mais do que isso. Uma sociedade inteira santifica a morte e o suicídio terroristas. Na cultura Palestiniana um terrorista suicida transforma-se em herói, em mártir. Os Sheiques falam aos seus alunos sobre o ‘heroísmo dos shaheeds (mártires).’”
Mas, no entanto, apesar do criticismo do lugar que ele deixou, a Califórnia não consegue fazer desaparecer a saudade.
"Tenho saudades de Ramallah", diz ele. "Pessoas com uma mente aberta. ... Principalmente tenho saudades da minha mãe, dos meus irmãos e irmãs, mas sei que será muito difícil para mim voltar a Ramallah em breve."