05-11-2024 - Nova onda de violência ameaça cristãos em Manipur, na Índia
Cristãos durante culto na Índia (Foto: Reprodução / Christian Aid Mission)
No dia 1 de setembro, os conflitos entre as etnias kuki e meitei intensificaram-se no distrito de Jiribam, no estado de Manipur, Índia. Em incumprimento do acordo feito em junho de 2023 para acabar com a violência, militantes dos dois povos intensificaram os ataques e agora utilizam munições avançadas, como drones e foguetes.
Nas primeiras horas de sete de setembro, supostos militantes kuki atacaram a vila de Nungchappi. A violência atingiu aldeias vizinhas e causou a morte na comunidade meitei. De acordo com o jornal Hindustan Times, seis pessoas foram mortas no distrito de Jiribam no mesmo dia.
A parceira local da Portas Abertas, Anjali Lhing*, explica: “Os confrontos violentos nos últimos meses fizeram do distrito uma zona de guerra, não deixando nenhum lugar seguro para o povo de Manipur. Nos meses de junho e julho, cerca de 70 casas e postos avançados da polícia foram incendiados por supostos militantes em Jiribam”.
Apesar da onda de violência continuar, os moradores de Manipur tentam voltar para as suas comunidades. “As vítimas da violência estão a encontrar maneiras e meios de restaurar e retornar ao estado, mas os constantes ataques e assassinatos diminuíram todas as esperanças e oportunidades”, continua Anjali.
Como estão os Cristãos em Manipur?
Kumar*, um parceiro local, explica que os Cristãos da comunidade meitei ainda não conseguem reunir-se livremente para orar. Eles estão sob a ameaça de grupos extremistas e são monitorizados por causa das atividades cristãs. “Enquanto isso, a maioria dos Cristãos kuki ainda está deslocada e incapaz de retornar à sua própria terra. Mesmo que os Cristãos se reúnam, há sempre uma nuvem de medo de ataques e disparos imprevisíveis a pairar sobre eles”, explica o Cristão.
Nos momentos de crise, os Cristãos tiveram que fugir de casa com apenas as roupas no corpo, mas foram socorridos. “Conseguimos alcançar as vítimas deslocadas nos campos de refugiados com artigos de supermercado, kits essenciais e cobertores. As vítimas que se mudaram de Manipur e buscaram abrigo em diferentes estados foram identificadas e receberam ajuda imediata, como moradia segura e mantimentos.”
Anjali completa: “Após a violência, as vítimas receberam ajuda com suporte de longo prazo por meio de aconselhamento pós-trauma, projetos de geração de rendimento e treinamentos de preparação para perseguição”.
Priya Sharma*, outra parceira local, apelou ao governo e às organizações de direitos humanos para intervir e tomar medidas para o fim da violência. “Ficar em solidariedade não é o suficiente. O governo está a trabalhar para manter a ordem e a lei, mas eles devem agir rapidamente e agilizar as suas estratégias para resolver as diferenças. O povo de Manipur precisa de nossas orações incessantes e da proteção de Deus.”
*Nomes alterados por segurança.
- in Portas Abertas
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