Proposta de misturar ciência e religião indigna políticos alemães
Política democrata-cristã gerou indignação ao sugerir que se aborde a doutrina bíblica da criação nas aulas de biologia.
A secretária da Educação do estado de Hessen, Karin Wolff, não obteve o apoio de outros estados para a sua controversa proposta curricular de abordar a doutrina bíblica da criação nas aulas de biologia. A doutrina da criação e a teoria da evolução deverão continuar a ser ensinadas separadamente, segundo apontou uma pesquisa do Berliner Zeitung junto das secretarias estaduais da Educação.
Anteriormente, Wolff havia-se referido a uma nova "ligação entre as ciências naturais e a religião", exigindo que o ensino de biologia veiculasse que o conhecimento tem limites. Cientistas e políticos oposicionistas rejeitaram com veemência a proposta da política democrata-cristã.
O parlamentar social-cristão Norbert Geis foi o único a mostrar-se aberto à sugestão. "Ao chamar a atenção para o facto de que a bíblia atribui a criação do mundo a uma instância superior, é possível transmitir aos jovens que a ciência não pode garantir a última verdade", declarou ele.
Esta opinião, contudo, diverge do consenso de que a teoria da evolução deve ser abordada na aula de biologia, enquanto caberia ao ensino religioso veicular a doutrina da criação cristã.