Aos Pais dos meus Netos (21)

Aos pais dos meus netos


ANÁLISE DE FAMÍLIAS DA BÍBLIA

Ana

     Chegamos agora à bela história de Ana e Elcana. A fé desta mãe é consoladora especialmente para os corações dos pais. Como devem estar lembrados, a adversária de Ana tratava-a com escárnio e sarcasmo pelo facto de não ter um filho. Ana estava tão triste a ponto de não poder mais comer. Ela nesta situação fez o melhor que poderia fazer: apresentou o seu problema ao Senhor, em oração. Isso para nós pais deveria ser lógico, mas falhamos nisso exatamente muitas vezes. Os filhos irritam-nos, os amigos irritam-nos com críticas e comparações com outras famílias, os nossos parentes irritam-nos muitas vezes com conselhos, que embora bem intencionados, não nos servem. Quantas vezes estamos na situação de Ana, a ponto das coisas nos irritarem tanto que fica difícil comer. Quando isto acontece, sigamos o exemplo dela levando tudo à presença do Senhor. A situação de Ana não foi nada fácil. Que dificuldades, sim, pode-se quase dizer, que resistência Ana teve de suportar daquela mulher. Mas tudo isso contribuiu para que Ana orasse mais intensamente, de modo que até o velho sacerdote Eli ficou impressionado, fazendo com que pronunciasse aquela bênção maravilhosa: "Vai em paz: e o Deus de Israel te conceda a tua petição que lhe pediste!" A dimensão do consolo que essas palavras de Eli significaram para o coração dela, pode ser reconhecida no facto de anos depois ela se ter lembrado e usado as mesmas palavras.

     Depois da oração o rosto Ana não refletia tristeza. Este é o resultado de uma oração verdadeira. Quando derramamos todas as queixas e todo o nosso fardo, lançando as nossas ansiedades sobre o Senhor, então Ele toma o nosso fardo, e o nosso desgosto se transforma em paz que excede todo o entendimento.

     "As vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Filipenses 4:6-7).

     Assim aconteceu com Ana, e a paz insondável guardou a sua alma, e mudou a feição do seu rosto. Isso faz-nos lembrar o nosso abençoado Senhor ("E enquanto orava, a aparência do Seu rosto mudou"). Eu bem sei que isso tem um significado bem diferente, e que as circunstâncias foram extraordinárias. Mas, até certo ponto, tem aplicação também a nós em nossas orações: quando nós oramos - verdadeiramente - a fisionomia do nosso rosto é mudada.

     Alguns anos mais tarde, quando o menino foi desmamado, ela levou-o à tenda da congregação, ao já velho Eli, cujas palavras um dia haviam consolado a sua alma amargurada. "Por este menino orava eu", disse ela, "e o Senhor me concedeu a minha petição, que eu lhe tinha pedido."

     Quantas mães e quantos pais podem entoar nestas palavras: "Por este menino eu tenho pedido"! Quantas vezes os filhos e filhas nos levam a ajoelhar e orar! Querido pai, querida mãe, não desanimeis, o Senhor há-de vos ouvir, e: "Vai em paz: e Deus te conceda a tua petição, que lhe pediste".

     Nós pais temos mais uma lição a aprender com Ana. Ela renuncia ao Seu filho emprestando-o ao Senhor enquanto viveu. Este também deveria ser o nosso caso.

     Que consideremos os filhos que Deus nos deu como sendo a posse mais sagrada que Ele nos pode confiar! O Senhor destinou que alguns fossem "mordomos" dos seus bens, mas quanto maior é a responsabilidade quando nos são confiadas almas imortais, que devemos preparar e orientar para viver para Ele e O servir! Existe somente um caminho certo que possa conduzir a este resultado: essas almas preciosas devem ser devolvidas ao Senhor "emprestadas" - por toda a vida. Se de facto entendermos a Quem elas pertencem, e se de conformidade com isto procedermos, então não somente corresponderemos com mais aplicação à nossa responsabilidade, como conheceremos melhor Aquele que ¬está disposto a dar-nos a infinita graça, a paciência e a sabedoria necessárias para educar os nossos filhos para Ele. Lemos o seguinte: "E degolaram um bezerro: e assim trouxeram o menino a Eli". Quando devolvemos os nossos filhos ao Senhor, então só podemos fazê-lo mediante a morte, isto é, no reconhecimento da realidade de que eles somente merecem a morte, mas que um Outro morreu por eles.

     É bom lembrarmos que o Senhor aceita a nossa oferta, quando entregamos os nossos filhos a Ele, mas que desse momento em diante Lhe pertencem. Ana não voltou daí a uns meses para levar o filho para sua casa por algum tempo. Foi um ato decisivo que ela consumou perante o Senhor, em toda a sinceridade, e o Senhor aceitou a sua oferta. É com muita frequência que somos propensos a esquecer que os filhos que temos "emprestado" ao Senhor, já não são mais nossos, e a tendência é educá-los 'para o proveito deles, ou para nós, ou para o mundo, mas menos para Aquele a quem unicamente pertencem.

“AOS PAIS DOS MEUS NETOS”
Cartas de um avô aos pais dos seus netos
G. C. Willis

(Continua)

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