Carta a Carlos Cruz

carloscruz.jpgNo dia 24 Março de 2003, resolvi escrever o seguinte e-mail ao conhecido apresentador de televisão Carlos Cruz, arguido no Escândalo Casa Pia.

Exmº Senhor Carlos Cruz,

Imagino quantas cartas terá recebido e ainda recebe, ... e receberá. Espero sinceramente que leia esta meia dúzia de letras cheias de significado que lhe envio. Sem querer ser pretensioso ou convencido, creia que se reveste de suma importância o que lhe tenho a dizer.

Sou um vulgar cidadão, que à semelhança de uma percentagem significativa de portugueses, não é indiferente ao que se tem passado consigo.

Não o conheço pessoalmente, mas o mediatismo da sua figura  tem-me feito acompanhar as notícias a seu respeito. A excelência do seu profissionalismo fez com que tivesse televisionado com agrado muitos dos seus programas.

Possuo comigo, como se de um tesouro se tratasse, uma gravação vídeo de uma entrevista que, há uns anos atrás, o senhor fez a Sir Cliff Richard, na RTP1. No estúdio estava igualmente presente Margarida Pinto Correia.

A dado passo da entrevista o senhor Carlos Cruz referiu-se à participação do seu entrevistado na campanha de oferta, a nível nacional, do livro "Força Para Viver".

Cliff Richard disse: "Talvez a minha participação nisto (campanha de oferta de "Força Para Viver") faça com que alguém volte a ler a Bíblia. Talvez a sua vida mude. Talvez Deus lhe dê uma nova perspectiva de vida. Ficaria feliz se isso pudesse acontecer com alguém."

Disse mais: "A Bíblia não pertence a protestantes, católicos, baptistas, nem a qualquer outro grupo. Pertence-nos a todos. Qualquer um pode possuir a Bíblia. É nossa. E a informação que ela contém também é nossa, se o quisermos. Este Livro é para todos".

O senhor disse-lhe a seguir: "Tanto quanto li a seu respeito também passou por uma espécie de crise, ou de questionamento, mas depois decidiu que Deus, Jesus Cristo, seria o seu guia".

"É", disse ele.

O senhor continuou: "Amigos disseram-lhe que podia conhecer Deus duma forma especial se pudesse conhecer Jesus. Assim voltou a ler a Bíblia".

Ele respondeu com ênfase: "Creio ter sido a maior decisão da minha vida, e a mais importante também".
Sem querer ser maçador, gostaria de lhe fazer lembrar este episódio da sua vida que pode, de algum modo, ajudá-lo significativamente neste período difícil que atravessa. Espero que não ceda à velha tentação de enveredar pela conclusão simplista de que estas coisas de Deus, da Bíblia, de Jesus Cristo, é para os fracos e os que estão a passar um mau bocado.

Não sei se o senhor é ou não culpado daquilo de que o acusam. Num mundo em que todos têm culpa, pois, como diz correctamente a Bíblia, "não há um justo, nem um sequer" (Romanos 3.10), isso até nem é relevante. Em qualquer caso, portanto, precisa de "uma nova perspectiva de vida". A informação que a Bíblia contém também é sua. Chegou provavelmente a sua hora, a sua vez, de tomar em consciência "a maior decisão da sua vida, e a mais importante também". Porventura noutras circunstâncias, que não as actuais, não teria as melhores condições para reflectir sobre o significado da existência humana.
Talvez pense que o que lhe digo é pura perda de tempo. Talvez pense, como muitos, que quando eu chegar ao fim "descubro" que não havia nada do que pensava.

Está tudo muito bem, mas, suponhamos que eu estou errado... Não existe céu, não há juízo final, não há uma vida além-túmulo, nem qualquer coisa do género. Mesmo assim, eu continuo a lucrar! 

Aqui estou eu, iludido, percorrendo o meu caminho na vida, firme na minha convicção de que a vida não é produto do acaso. Eu creio, assim como milhões de outras pessoas, que estamos neste mundo com um propósito, e que um Homem chamado Jesus Cristo morreu pelos nossos pecados e venceu a morte por todos nós. 

Na minha ilusão, estou todo entusiasmado e motivado pela sensação da Sua divina presença ao meu lado, todos os dias. Por isso, quando chegar ao fim da minha vida na terra, vou para a eternidade, convicto de que as minhas energias foram aproveitadas para uma finalidade duradoura. 

E então — se os que assim pensam estiverem certos — nem sequer sentirei a decepção de saber que estava errado! 

Mas suponhamos que eles estão errados e eu tenho razão. Aí estão eles a tentar ganhar a vida e dinheiro suficiente para se manterem — e nem mesmo sabem porquê! Tentam dar sentido à sua existência, viver a vida pelas suas próprias forças e esperam que dê resultado. Lutam contra as contrariedades da vida, a doença e o envelhecimento, com todas as forças, mas acabam por ter de aceitar que vão finalmente morrer. 

É aí que vão sofrer o mais terrível choque. Vão-se ver confrontados com a própria Pessoa que tentaram ignorar durante toda a vida. Terão de reconhecer que tudo aquilo por que tinham vivido constituiu um autêntico desperdício. De nada adiantou.  

Medite bem nisto, sr. Carlos Cruz, pois o pouco pensar muito dará que pensar.

Li num dos jornais diários que o senhor terá recebido várias Bíblias como oferta, recentemente. Aconselho-o, como Cliff Richard, que a leia e, ou, releia, à semelhança do que ele próprio fez. Descubra nela o incomparável amor de Deus revelado em Cristo, quando na cruz morreu em seu lugar - a verdadeira força para viver.

A Bíblia diz: 

«Vinde a Mim [a JESUS, não a uma religião ou igreja] todos [o senhor está igualmente contemplado] os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei» (Mateus 11.28). 

«Temos [se crermos, claro] a redenção pelo Seu sangue, o perdão dos pecados, segundo as riquezas da Sua graça (favor imerecido)» (Efésios 1.7). 

Oro a Deus por si e pela sua família para que Ele vos ajude em tudo. 

Desculpe-me este atrevimento em escrever-lhe, mas Deus colocou no meu coração este desejo pungente, e não pude resistir. 

Termino com toda a disponibilidade da minha parte para lhe ser útil no que entender e, ou, precisar.  

Sou, 
Carlos Oliveira
Capitão-tenente
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