O sucessor de Judas – Paulo?

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A ESCOLHA DO SUCESSOR DE JUDAS

     “E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos, (ora a multidão junta era de quase cento e vinte pessoas), disse:

     “Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse, pela boca de David, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus;

     “Porque foi contado connosco, e alcançou sorte neste ministério.

      “Ora este adquiriu um campo, com o galardão da iniquidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.

     “E foi notório a todos os que habitam em Jerusalém; de maneira que na sua própria língua, esse campo se chama Aceldama, isto é campo de sangue.

     “Porque no livro dos Salmos, está escrito: Fique deserta a sua habitação e não haja quem nela habite, e tome outro o seu bispado.

     “É necessário pois, que dos varões, que conviveram connosco, todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu entre nós,

     “Começando desde o batismo de João, até ao dia em que de entre vós foi recebido em cima, um deles se faça connosco testemunha da sua ressurreição

     “E apresentaram dois: José chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias.

     “E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido,

     “Para que tome parte neste ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para o seu próprio lugar.

     “E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto, comum, foi contado com os onze apóstolos”. - Atos 1:15-26.

     O primeiro ato oficial dos doze foi a designação de um sucessor para o lugar de Judas para que o seu número fosse restaurado a doze.

     Alguns teólogos ainda defendem a ideia de que a escolha de Matias como sucessor de Judas foi um grande erro. Creem que a referida escolha foi feita na carne; que os discípulos erraram em designar dois candidatos e depois pediram a Deus que escolhesse entre eles; que eles deviam ter esperado que Deus designasse um sucessor e que isso foi demonstrado pelo facto de mais tarde Deus ter designado Paulo de qualquer modo. Resumindo, eles queriam que Paulo e não Matias fosse o homem de Deus para o lugar de Judas.

     Mas foram os teólogos e não os discípulos do Senhor que cometeram o erro, denunciando assim a sua ignorância do carácter, não só do ministério de Paulo, mas também do dos doze.


MATIAS O HOMEM DE DEUS

     Que um outro deveria ir para o lugar de Judas as Escrituras comprovavam, como Pedro salientou na sua mensagem à assembleia:

     “Porque no livro dos Salmos, está escrito: Fique deserta a sua habitação.

     "... e tome outro o seu bispado” (Atos 1:20 cf. Sal.109:8).

     Também o Senhor prometera que eles ocupariam doze tronos no Seu reino como um corpo de doze homens (Mat.19:28; Lucas 22:28-30).

     Eles, então, atuavam segundo as Escrituras e de harmonia com a promessa do seu Mestre.

     Porém pode ser perguntado, porque é que eles tinham necessidade de escolher um outro apóstolo naquela altura. A resposta é que dentro de breves dias o Espírito Santo viria e o reino Messiânico seria oferecido a Israel. Portanto deveria haver doze homens prontos para se assentarem sobre doze tronos com o seu Messias.

     Mais ainda, não olvidemos o facto de que ao “pequeno rebanho” lhe fora dada autoridade oficial para atuar pelo seu Mestre durante a Sua ausência. Ele próprio disse:

     “Em verdade vos digo que tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu.

     “Também vos digo que, se dois de vós concordarem na terra, acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito por meu Pai que está nos céus” (Mat. 18:18,19).

     A acusação de que os discípulos primeiro atuaram e mais tarde oraram é tão irreal como injusto. Os seus atos foram banhados em muita oração. O versículo 15 diz:

“E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos e disse ...”.

     Em que dias? O versículo precedente explica que isso aconteceu em dias de muita oração.

     “Todos estes perseveraram unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria, a mãe de Jesus, e com Seus irmãos”. (Ver. 14).

     Foi após muita oração contínua e uníssona, então que um outro apóstolo foi introduzido.

     Não é de modo algum estranho que somente dois estivessem designados para a escolha, pois Pedro, na sua mensagem aos discípulos, continua a dizer:

     “É necessário, pois, que DOS VARÕES QUE CONVIVERAM CONNOSCO, TODO O TEMPO EM QUE O SENHOR JESUS ENTROU E SAIU ENTRE NÓS,

     “COMEÇANDO DESDE O BAPTISMO DE JOÃO, ATÉ AO DIA EM QUE DE ENTRE NÓS FOI RECEBIDO EM CIMA, um deles se faça connosco testemunha da Sua ressurreição (Vers. 21,22).

     Este requisito básico foi muito correto. É perfeitamente lógico que não houvesse muitos que tivessem andado continuamente com o Senhor e os Seus apóstolos, ao longo de todo o Seu ministério. E a razão para este requisito não é difícil de encontrar. O Senhor não afirmara,

     “ ...que ME SEGUISTES ... também vos assentareis sobre doze tronos ...” (Mat. 19:28).

     Não disse Ele:

     “E vós sois os que TENDES PERMANECIDO COMIGO nas minhas tentações.

     “E eu vos destino o reino, como Meu Pai mo destinou” (Lucas 22:28,29).

     Sem dúvida que Matias e Barsabás eram os únicos dois que eram elegíveis para o trono vago. Na verdade, com mais outros requisitos que deve ter havido, é de admirar que houvessem ainda dois de entre cento e vinte, que estivessem aptos para a qualificação.

     E até esses dois foram levados a Deus em oração

     “E, orando, disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido” (ver. 24).

     Finalmente, que Matias foi na verdade a escolha de Deus para o lugar de Judas; é mais que evidente pelo que lemos na passagem seguinte:

     “E TODOS FORAM CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO ...” (Atos 2:4).

     Esta confirmação decerto que é mais que suficiente! Estivessem os cento e vinte fora da vontade de Deus nesta questão importante, e nenhum deles decerto seria cheio com o Espírito Santo. Pessoas que atuam na carne, ou fora da vontade de Deus, não são cheias com o Espírito. E se Matias tivesse sido o homem errado para esta posição importantíssima, decerto que ele não teria sido cheio com o Espírito. Porém foram todos cheios com o Espírito. Esta evidência é final e conclusiva.


PAULO NÃO ERA UM DOS DOZE

     Que Paulo não podia ter tomado o lugar de Judas como um dos doze torna-se evidente nas seguintes considerações:

     Primeiro, nessa altura ele ainda não tinha sido salvo; assim não podia ser escolhido em devida altura para o Pentecostes e para a oferta do reino.

     Segundo, se a escolha pudesse esperar, ele nunca em tempo algum poderia ser elegível, pois ele não andou com Cristo no Seu ministério terreno – na verdade, nem sequer alguma vez O viu.

     Terceiro, Paulo estava reservado para um ministério especial inteiramente separado e distinto do dos doze (Ver Atos 20:24; Gál. 1:11,12,17-19; 2:2,7-9; Rom. 11:13; 15:15,16; Ef. 3:1-3).


MATIAS NUMERADO COM OS ONZE

     “E, lançando-lhes sortes, caiu a sorte sobre Matias. E, por voto comum, foi contado com os onze apóstolos” (Atos 1:26).

     Que recompensa para Matias!

     Durante os anos passados ele deve ter visto muitas falhas nos doze, pois esteve sempre com eles. Muitas vezes deve-se ter admirado porque é que o Senhor escolheu homens como Pedro e Tomé, enquanto o deixava aparentemente despercebido. E quem sabe o que ele pode ter suspeitado ou conhecido a respeito de Judas? Ainda assim e apesar de tudo continuou a ser um fiel seguidor do Senhor, desde o princípio ao fim do Seu ministério na terra.

     Agora, finalmente a Sua fidelidade foi recompensada. Escolhido pelo próprio Deus, “ele foi numerado com os onze apóstolos”!

     E “José chamado Barsabás”? Ele também fora fiel e era agora o único que permanecia sem um cargo (1:.23).

     Não pode ser que este José Barsabás tenha sido José Barnabé de Atos 4:36, que mais tarde se tornou companheiro das viagens de Paulo, tendo-lhe sido reservada pelo Senhor uma posição muito melhor para ele?

- C.R.Stam

(Actos Dispensacionalmente Considerados - CAPÍTULO III)

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