19-02-2018 - Como a igreja sobrevive na Coreia do Norte
Na Coreia do Norte, onde a maioria das pessoas sobrevive com muito pouco e as colheitas são escassas, há uma política em que os militares são os primeiros a receber comida e outros recursos.
Isso significa que pessoas ou “comuns” são relegadas para segundo plano e comumente passam fome. Nesse contexto, cerca de 60 mil cristãos secretos dependem do “contrabando” de comida, medicamentos e roupas levado a cabo pela Missão Portas Abertas a fim de sobreviverem.
Ainda assim, os nossos irmãos norte-coreanos compartilham os poucos recursos que têm com quem tem menos ainda. Através da prática que eles chamam de “arroz santo”, eles separam uma parte da comida que recebem para o Reino de Deus.
Essa porção é compartilhada com os menos favorecidos. A prática faz com que um laço de confiança se estabeleça e, posteriormente, lhes dá uma oportunidade de comunicar o evangelho com essas pessoas.
A Missão Portas Abertas estima que haja cerca de 60 mil cristãos presos em terríveis condições na Coreia do Norte. Eles ficam em campos de trabalhos forçados comparados aos campos de concentração nazi. Mas muitos permanecem firmes na fé mesmo nas piores circunstâncias. Este é o testemunho de Hannah*, que foi presa juntamente com a família por deixar o país. Quando descobriram que eles eram cristãos puseram-nos na solitária.
Hannah conta que os prisioneiros apanhavam muito, e se alguém resistisse era pior. “Mas o meu marido era diferente. Quanto mais batiam nele, mais ele defendia a sua fé. Ele clamava, ‘Se crer em Deus é pecado, eu prefiro morrer. A minha missão é viver de acordo com a vontade de Deus’”, diz a cristã perseguida.
Certo dia, a família toda foi chamada para sair da solitária e se apresentar ao delegado da prisão. Enquanto aguardavam para ouvir o veredito, oravam mentalmente por um milagre. “Não queríamos morrer na prisão, em um campo de prisioneiros políticos. E Deus respondeu às nossas orações. O delegado concedeu-nos uma anistia especial. Quando saímos da prisão naquela noite e estávamos finalmente livres, cantámos um hino baixinho”, conta Hannah.
* Nome alterado por motivo de segurança.
- in Missão Portas Abertas